150 crianças das Eco-escolas de Torres Novas plantaram 88 pinheiros na zona industrial torrejana em 2016. FOTO: mediotejo.net

No Dia Internacional da Cidade Educadora, 30 de novembro, quarta-feira, Torres Novas iniciou o seu programa com a plantação de 88 pinheiros, uma iniciativa que também se insere na Semana da Reflorestação Nacional. Cerca de 150 crianças e jovens das Eco-escolas do concelho, do pré-escolar ao secundário, participaram de forma animada nesta “aula” ao ar livre e explicaram ao mediotejo.net o que entendem por ambiente e poluição.

“Poluição é uma coisa horrível sem explicação que os humanos fazem”. Lara Mota, 10 anos, explica assim o que entende pela destruição do ambiente. É uma jovem curiosa e muito estudiosa, explica posteriormente a professora, interessada por ciências. Quando for grande gostava de ser veterinária, dedicando -se em particular às espécies em vias de extinção. Falá-nos do ocelote, uma espécie de leopardo malhado em risco de desaparecimento, sobre o qual já se debruçou e fez um trabalho.

Mas na zona industrial de Torres Novas, Lara Mota e os seus colegas vieram plantar pinheiros, uma árvore “que é muito precisa” no país, constata a atenta aluna. O momento foi preparado nas aulas de ciências, explicam as professoras Isabel Raposo e Luísa Pereira, do Agrupamento de Escolas Artur Gonçalves. Dentro do programa letivo está o estudo das rochas, solo, preservação da natureza e da biodiversidade.

Como estará o ambiente daqui a 20 anos? Tema preocupa os mais jovens, garantem os professores FOTO: mediotejo.met
Como estará o ambiente daqui a 20 anos? Tema preocupa os mais jovens, garantem os professores FOTO: mediotejo.met

Os jovens “preocupam-se muito com o que será do ambiente daqui a 20/30 anos”, constata a professora Isabel Raposo. Mas também o desaparecimento das espécies, acrescenta Luísa Pereira, é um tema que desperta a atenção entre os alunos.

Durante a manhã, crianças e adolescentes explicavam uns aos outros como se planta um pinheiro. “O meu pai costuma fazer isto”, garantia um; “Isto agora vai-se buscar o esterco”, explicava outro. O buraco já estava aberto e um vaso com um exemplar aguardava o fim do trabalho, visionado de perto pelos jardineiros municipais e equipa escolar. Também havia estrume, baldes e enxadas. “Este já está, vamos ao próximo”, repetiam os professores, seguidos em fila pelos alunos. Os mais velhos imitavam o processo sozinhos, os mais pequenos divertiam-se a encher os baldes e a mexer na terra.

O trabalho de plantação desenvolvido na manhã de 30 de novembro servirá posteriormente para a realização de trabalhos, em articulação com as Eco-escolas. O programa Eco-escolas é uma iniciativa internacional, da “Foundation for Environmental Education”, desenvolvido em Portugal desde 1996. As escolas aderentes recebem apoio para estimular ações e atividades sobre educação ambiental e sustentabilidade.

Segundo o vereador Luís Silva e o presidente da Câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira, presentes na iniciativa, o terreno escolhido para esta atividade nada tem de particular, pertencendo à envolvente de proteção da zona industrial torrejana. As cerca de 150 crianças e jovens participantes vieram tanto do ensino público como do privado, bastando que a escola estivesse integrada no programa Eco-escolas.

Cláudia Gameiro

Cláudia Gameiro, 32 anos, há nove a tentar entender o mundo com o olhar de jornalista. Navegando entre dois distritos, sempre com Fátima no horizonte, à descoberta de novos lugares. Não lhe peçam que fale, desenrasca-se melhor na escrita

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