O presidente da Junta de Paialvo, em Tomar, está preocupado com a sucessão de mortes de ovelhas que têm acontecido, inexplicavelmente, nas últimas semanas em algumas aldeias da sua freguesia.

Luís Antunes disse ao mediotejo.net que os ataques a ovelhas têm ocorrido a um ritmo alucinante, contando-se mais de meia centena de ovelhas mortas, desconhecendo-se que “bicho” as ataca. Já há registo de ataques nas aldeias de Peralva, Delongo, Paialvo e Carrazede.
“Já temos a GNR e o ICNF no terreno para tentarem perceber que tipo de bicho ataca as ovelhas e porque ficam neste estado”, refere o autarca. As ovelhas são atacadas pelo focinho e zona do pescoço e o sangue acaba por ser sugado, descreve, e nem o facto de estarem protegidas por cercas as salva da morte. A foto publicada por José F. Sousa é representativa do estado em que as ovelhas ficam após os ataques.
O ambientalista tomarense Américo Costa, dos AQUA, defende ao mediotejo.net que, pelo modo como os animais são atacados e tendo as cercas que ser puladas, “só pode ser um lince ibérico”.
Américo Costa recorda que , há bem pouco tempo, foi atropelado na A23 – não muito longe desta freguesia – um exemplar desta espécie pelo que é de todo plausível esta hipótese.
Também Vítor Oliveira alertou nas redes sociais para o facto de um lince ibérico ter sido visto a circular nas freguesias de Paialvo e Madalena, apelando a que ninguém abata o animal uma vez que se trata de uma espécie protegida.
“Tudo o que sei foi através de conversas com alguns amigos… comentamos e falamos muito sobre o assunto mas nada mais que isso. Em relação ao ataque às ovelhas, poderá ser coincidência, devido ao facto das ovelhas mortas serem na zona onde foi avistado o lince. Devemos ter em atenção que, habitualmente, o lince não ataca animais de tão grande porte e acima de tudo, o mais estranho, é como ficam as ovelhas após o ataque”, questionou.
As autoridades estão a investigar a causa desta mortandade de ovelhas na região.
É de lamentar a morte de tantas ovelhas e dizer que gostava que os lesados fossem devidamente compensados pelos do prejuízo sofrido. Na minha opinião e por aquilo que já li e vi sobre o comportamento dos felinos e do lince em particular, não me parece que os ataques tenham sido feitos pela família Felidae. Com base em estudos científicos, na observação direta, filmagens, faz-me acreditar que, os tipos de ferimentos que as rezes apresentam são feitos por canídeos e não por felinos. No caso em apreço, não acredito que tenha sido um eventual lince o mau da fita até porque é um animal que apenas mata para saciar a fome e não mata de forma indiscriminada ou por prazer. Também não me parece que existindo presas mais pequenas e relativamente fáceis de caçar (galinhas, patos…) não tenha optado pelas mesmas. Uma presa morta por felinos apresenta dois buracos correspondentes aos dentes caninos e eventualmente marcas das garras. Termino com a informação que um lince precisa de apenas uma presa do tamanho de um coelho por dia ou seja, 740 a 960 calorias por dia. Espero ter ajudado a clarificar algumas dúvidas e desmistificar alguns boatos que vão surgindo…