A interdição ao trânsito de algumas ruas no centro histórico de Tomar desde a tarde de sexta-feira até à manhã de segunda-feira tem preocupado os moradores, muitos deles idosos, que defendem que esta medida da autarquia “não beneficia ninguém” e “vem prejudicar muita gente”. O Município garante encontrar uma “solução de equilíbrio” entre habitantes e os comerciantes do local.
“Nós temos necessidade deles [carros] ali porque estamos velhos e temos necessidade de nos deslocar ao fim de semana. (…) Estamos assustados com o problema de ficar à sexta-feira sem carro até à segunda de manhã”, disse uma munícipe esta segunda-feira em sessão pública do executivo camarário de Tomar, expondo a preocupação de um conjunto de moradores da Rua Dona Aurora de Macedo, no centro histórico, quanto à limitação do trânsito durante o fim-de-semana.
“Como lá moradora e como pessoa de idade que sou, estou ralada com as pessoas da minha idade que lá moram. (…) As pessoas mais velhas precisam ou de chamar o táxi ou do apoio dos familiares. (…) Fechando-nos a rua à sexta-feira e até à segunda-feira, e ficando trancada, penso que não beneficia ninguém”, explicou a munícipe, referindo ainda casos de pessoas com necessidades especiais e defendendo que tal situação “vem prejudicar muita gente”.
ÁUDIO | Munícipe Maria de Macedo intervém em reunião de Câmara de Tomar sobre interdição de trânsito no centro histórico
Recorde-se que esta interdição ao trânsito a ser aplicada durante o fim-de-semana em ruas do centro histórico – nomeadamente, a Rua Infantaria 15, a Rua dos Moinhos (entre a Rua de São João e a Rua Dr. Joaquim Jacinto), a Rua Dona Aurora de Macedo e a Rua Pedro Dias – é uma medida da autarquia tomarense com intuito de revitalizar o comércio local nesta zona histórica da cidade, permitindo a colocação de esplanadas por parte dos comerciantes, podendo expandir-se neste período de interdição ao trânsito.
Em resposta à questão levantada pela munícipe, a presidente da Câmara Municipal de Tomar assumiu compreender a situação, admitindo que é “difícil o equilíbrio entre quem vive no centro histórico e aquilo que é a atividade económica”.
Difícil mas “não impossível”, acrescentou Anabela Freitas, que deu conta de que esta semana os serviços da autarquia irão ao terreno “falar com as pessoas e tentar encontrar uma solução de equilíbrio” entre os interesses dos moradores e dos comerciantes da zona.