Um incêndio está a devastar desde o final da tarde as instalações de uma fábrica de paletes na localidade de Calçadas, em Tomar. Devido a projeções causadas pela intensidade das labaredas, que consumiram para já dois armazéns com maquinaria e paletes, a EN 110 está cortada ao trânsito. A eletricidade teve de ser cortada naquela zona e a preocupação reside agora num lar situado nas imediações, ao qual a Proteção Civil está especialmente atenta.
O fogo não está a dar descanso aos operacionais, nem tão pouco a deixar descansados os habitantes de Calçadas e imediações. Desde a tarde que o fumo negro que se estendia no céu e as grandes labaredas que consumiam o interior da fábrica deixaram de sobressalto os tomarenses.
Anabela Freitas, presidente da Câmara de Tomar, fez ponto de situação ao mediotejo.net, referindo que no terreno esteve um helicóptero a auxiliar no combate no perímetro da fábrica, e permanecem 74 operacionais com 23 viaturas no teatro de operações. Aguarda-se a chegada de dois grupos de reforço ao combate.
ÁUDIO | Anabela Freitas, presidente da CM Tomar
Arderam dois armazéns, estando o fogo próximo de um terceiro armazém de onde se está a tentar extrair o máximo de paletes de madeira, pela perigosidade da grande carga térmica, para o caso de não se conseguir travar a chegada do fogo ao mesmo.
Segundo a edil, uma pessoa idosa teve de ser evacuada da sua habitação. “A pessoa está bem, em casa de familiares”, confirma Anabela Freitas.
Porém, a preocupação reside num lar que se situa nas proximidades. “Temos pré-posicionadas viaturas de bombeiros para o caso de haver alguma mudança de direção do vento, para já não há problema nenhum no lar. Tivemos necessidade de mandar cortar eletricidade e estas habitações à volta, bem como lar, estão sem eletricidade. Sendo que no lar estamos a montar um gerador”, explica a presidente da CM Tomar.
A autarca tomarense refere que todo o perímetro da fábrica está coberto com viaturas, para além das que estão a combater dentro das instalações. “Os dois grupos de reforço virão reforçar o combate direto mas também o pré-posicionamento para o caso de existir alguma mudança de direção do vento”, acrescenta.
Devido à matéria envolvida, este é um combate que poderá durar dias devido à carga térmica e ao tipo de material. “Vai ser trabalho para vários dias até estar completamente apagado”, assume.

A fábrica encontrava-se em laboração, e estimam-se prejuízos a rondar os milhares de euros, seja em equipamentos, seja em paletes que estavam armazenadas.
A prioridade reside para já no combate, para depois se avaliarem os estragos e prejuízos.
Trata-se das antigas instalações da serração Freitas Lopes, na Quinta do Cabral, resultante de uma sociedade fundada por dois irmãos e que cessou nos anos 80. Agora ali funciona uma das fábricas da Madeca, SA, empresa especializada na produção automatizada de paletes, sediada em Caxarias, Ourém.
O alerta foi dado por volta das 18h20 para uma ocorrência em “Indústria, Oficina e Armazém”, segundo a ANEPC.
No site da ANEPC verificam-se ainda registos de diversas ocorrências durante o dia com focos de incêndio em zona de mato ou povoamento florestal no concelho, todos até então prontamente resolvidos pelos bombeiros.
A autarca Anabela Freitas afirma não existirem coincidências. “Tivemos outros dois focos de incêndio no concelho, antes deste já tínhamos um incêndio. Nada têm a ver com o fogo na fábrica”, assevera.
Atualizado às 21h00, 16-08-2021