A Estação de Tratamento de Águas (ETA) de Asseiceira – subsistema Castelo de Bode, na freguesia de Paialvo, Tomar, celebrou na quinta-feira, 8 de junho, os seus 30 anos com o anúncio de um novo programa de eficiência energética. A cerimónia contou com a presença do Secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins.
O plano foi apresentado pelo presidente do Conselho de Administração da Empresa Portuguesa de Águas Livres (EPAL), José Sardinha, começando por lembrar como há 30 anos a ETA de Asseiceira foi uma revolução no país. Hoje é a maior a nível nacional, representando 80% da capacidade de produção da EPAL e tendo capacidade para 625 mil m3 de água. É ainda uma das grandes fornecedoras de Lisboa. “Temos hoje uma capacidade de produção acima das nossas capacidades. Isso é bom”, constatou, devido às alterações climáticas.
“Hoje era o dia adequado para desvendar os planos de futuro”, referiu. “Queremos um setor sustentável”, salientou, razão pela qual vai ser lançado o projeto, recentemente aprovado, “O% Energia”, por forma a reduzir em 100% os consumos emergéticos. “1,4% do consumo nacional de energia é feito no setor das águas”, constatou, sublinhando a necessidade de procurar uma maior eficiência.
A EPAL quis repensar os consumos, encontrando formas de reduzir a fatura energética. Vão ser assim implementadas um conjunto de 20 medidas para reduzir, numa primeira fase, 27% do consumo. Esta redução passa por fazer mudanças na iluminação, rega, elevação, monitorização, nos edifícios, entre outros sistemas. Numa segunda fase, indo ao encontro dos restantes 63% de redução, quer-se apostar na instalação de produção hídrica e aproveitamento do calor.
“Esta ETA vai passar a ser a primeira instalação do país de tratamento de águas autosustentável em termos de energia elétrica. Usamos a própria água para produzirmos a nossa própria energia”, salientou José Sardinha à comunicação social. A implementação de todo este sistema está prevista para dois anos, com um investimento de 2 milhões de euros.
Já a presidente da Câmara de Tomar, Anabela Freitas, lembrou que o município tem apenas 58% de taxa de saneamento. Agradeceu assim à EPAL o caminho feito, frisando que ainda há muito “a percorrer”. Manifestou ainda esperar ter na EPAL um parceiro “na adaptação às alterações climáticas”.
O Secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, afirmou-se “grato” por a EPAL estar “a fazer um trabalho de colaboração com os municípios”. Expectante que a EPAL consiga cumprir os “0% Energia”, afirmou que “é bom saber que estamos dispostos a correr riscos”.

O responsável adiantaria ainda que só neste Governo foram recebidos 465 milhões de euros de fundos comunitários para o setor da água, sobretudo para saneamento, e da necessidade dos pequenos municípios procurarem estruturas intermunicipais que possam ir ao encontro da resolução sustentável dos seus problemas.