O Município de Tomar inaugurou formalmente o Espaço M, para atendimento e apoio às vítimas de violência doméstica e de género, num serviço disponibilizado pelo município, com técnicos especializados e integrado no Projeto Maria, da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, que se dedica ao estudo e intervenção sobre o fenómeno da violência doméstica nos 13 municípios da região.
Inaugurado simbolicamente pela vereadora Filipa Fernandes e pela presidente da Câmara Anabela Freitas na tarde de 26 de outubro, o espaço está inserido nas instalações da Divisão de Educação, Intervenção Social e Ambiente, na Rua Infantaria 15, nº 108, no centro histórico da cidade.
Em declarações à comunicação social, Anabela Freitas referiu a importância deste serviço de atendimento, em proximidade com as vítimas, no sentido de intervir em questões de violência doméstica, seja física ou psicológica, e que vai muito além quando se estende em violência no namoro ou violência de género.
“Criámos o gabinete de apoio à vítima de violência doméstica, porque é importante quem sofre de violência doméstica, seja ela física ou psicológica, tenha um ponto onde seja ouvido. O gabinete conta com duas assistentes sociais que tiveram formação específica para esta temática, porque não é fácil para a vítima dar o primeiro passo, e quando dá, precisa de alguém que entenda aquilo por que está a passar e o que está a sofrer”, refere a autarca.

Por outro lado, deixou a ressalva de que se trata de um apoio em rede integrada, com diversos parceiros e entidades das mais diversas áreas, desde a Justiça, ao Direito, à Saúde e Educação, procurando dar uma resposta orientada e em articulação entre os vários parceiros, garantindo atendimento e encaminhamento mais eficaz às vítimas.
“É uma problemática de tal forma transversal a um conjunto de áreas da sociedade, que a sua resposta tem de ser integrada. Este gabinete assegura a ligação entre os vários parceiros que atuam mediante a especificidade de cada caso”, menciona.
A presidente da Câmara garante que o espaço assegura o anonimato, e afirma que a identidade está protegida e resguardada uma vez que o espaço se encontra inserido nos serviços da Câmara Municipal, e não num espaço isolado e específico.
“A pessoa poderia sentir-se estigmatizada se o gabinete funcionasse isolado de outros serviços. Assim, ninguém saberá qual o fim para o qual a pessoa se dirige a este espaço da Divisão de Educação e Ação Social da Câmara Municipal, uma vez que poderá aceder a diferentes serviços. É importante salvaguardar a identidade da vítima, e evitar que volte atrás na decisão de denunciar e procurar ajuda”, diz.
Recorde-se que desde 2018 a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo tem-se debruçado sobre o fenómeno da violência doméstica e de género num trabalho em rede por via do desenvolvimento do “Projeto Maria”, uma iniciativa financiada por fundos europeus e que visa criar uma estratégia integrada no terreno, com trabalho de sensibilização, sinalização e intervenção na área da violência doméstica e de género, numa ação que abrange todo o território dos 13 municípios que integram a Comunidade Intermunicipal.