A presidente de Câmara de Tomar, Anabela Freitas (PS), criticou na reunião desta segunda-feira 23 de maio, o vereador dos “Independentes por Tomar” Pedro Marques, acusando-o de levantar “falsos testemunhos” ao referir, na última reunião, que podiam existir irregularidades nas contas do Congresso da Sopa.
Declarações que a autarca considera “lamentáveis” e ofensivas para os trabalhadores do município que colaboram com o evento. Refira-se que Pedro Marques levantou dúvidas sobre possíveis irregularidades das contas deste evento, referindo que não lhe foi entregue qualquer recibo na altura em que comprou o kit (tigela colher e copo) do Congresso da Sopa – realizado a 7 de maio – e que, também nesta ocasião, a pessoa que vendeu o kit lhe deu o troco do próprio bolso.

O vereador independente acrescentou ainda, por seu turno, que “repudia veemente” o teor do comunicado que a presidente da Câmara colocou a circular alguns dias depois do que este disse das contas do Congresso da Sopa, considerando este ato como um golpe de “baixa política”.

“Senhor vereador, vou-lhe dizer exactamente o que um outro presidente de câmara já lhe disse: chega de levantar falsos testemunhos. Se tem alguma coisa a apontar vai pelas vias certas, pelas vias judiciais. A partir de agora, qualquer declaração que seja a levantar falsos testemunhos sobre ou trabalhadores ou sobre coisas da nossa cidade, será extraída certidão e tomaremos as devidas precauções”, avisou a autarca, visivelmente irritada. “Enxovalhou os trabalhadores do município e pôs em causa o Congresso da Sopa, um evento importante para a cidade e no qual as pessoas se empenham também devido ao cariz solidário que o mesmo tem”, concluiu.

“Nada mais falso e de baixa política aquilo que a senhora acabou de dizer”, disse Pedro Marques, igualmente num tom crispado, acrescentando que nunca colocou em causa os trabalhadores. “O que eu disse e o que a senhora confirma no seu comunicado foi que as contas do Congresso da sopa não podiam ser as mais correctas. Eu entreguei 5 euros, devolveram-me dois euros tirados do bolso de alguém. Referi-me a fatos concretos”, disse. “Nem sequer sabia que era uma funcionária que estava a vender os kits”, disse, acrescentando que apenas observou que não lhe foi dado qualquer recibo e que o troco foi retirado do bolso dessa pessoa.
Pedro Marques disse que repudia veemente o comunicado de Anabela Freitas e que visou unicamente atacá-lo, extrapolando a questão. “Foi a atitude mais baixa que alguém nas funções que ocupa teve para com um autarca . Não vale tudo em política. Estou de consciência tranquila em relação o que disse. o que devia fazer, ao invés de atacar-me era afinar a organização. Se depender de mim, a senhora não será presidente nas próximas eleições”, disse o vereador Pedro Marques.

Anabela Freitas disse que não retira uma palavra do que disse, mantendo a sua posição. “Atacou os trabalhadores da Câmara e eles não mereciam”, disse, acrescentando que não lhe deviam ter dado o troco sequer devido à caixa já estar encerrada mas que o fizeram por ter atenção que era vereador.
O vereador Hugo Cristóvão (PS) também se meteu na discussão, salientando o “desconforto” que as palavras do vereador independente causou. Referiu que a situação não devia ter acontecido e que a funcionária já foi chamada a atenção, quando apenas quis facilitar a entrada de um vereador num evento.
“Fê-lo com a melhor das intenções e, de forma genérica, os próprios funcionários pediram que tomássemos uma posição sobre o assunto”, disse. Algo que Pedro Marques refere que não corresponde à verdade dado que inicialmente, este kit era para ser comprado pela filha pelo que o vereador não acolhe o argumento que foi um ato de excepção para com a sua pessoa.
Na mesma reunião, o executivo camarário deliberou atribuir ao CIRE – Centro de Integração e Reabilitação de Tomar, uma instituição que apoia pessoas portadoras de deficiência, a quantia de 4620 euros, que resultaram da bilheteira do evento.