Largo do Rossio, em Cem Soldos. Foto: CM Tomar

A Câmara Municipal de Tomar aprovou a abertura do procedimento de contratação da empreitada para requalificação do Largo do Rossio, em Cem Soldos. A empreitada tem um preço base de 719 mil euros. A autarquia espera que este não seja mais um concurso a ficar deserto de propostas ao primeiro lançamento.

O Largo do Rossio, espaço central da aldeia de Cem Soldos e um dos principais palcos do festival Bons Sons, sua imagem de marca, vai sofrer obras de reestruturação e requalificação, que deverá ter um prazo de execução de sete meses.

Célia Bonet (PSD), lembrando que os vereadores social democratas votaram favoravelmente o projeto e que são “favoráveis à obra”, colocou questões nomeadamente sobre o porquê de não ser feita contratação por lotes, quando há recomendação do Código de Contratação para que seja feita dessa forma. O PSD referiu que a fundamentação da não adjudicação por lotes levantou “ainda mais dúvidas” por não vir identificado o autor do documento.

A vereadora salientou ainda não existir “prova ou quase certeza de que fazer a adjudicação por lotes seria prejudicial para o município”, referindo que se deveria seguir a lei, uma vez que “deve ser adjudicado por lotes sempre que o custo estimado seja superior a 500 mil euros”.

ÁUDIO | Célia Bonet, vereadora do PSD na Câmara Municipal de Tomar

“Vemo-nos na obrigação de votar contra, porque não explica a fundamentação porque é que isso tem impacto nas contas ou de outra forma no município”, disse, frisando que o PSD vota contra o procedimento e o “modo como vai ser adjudicado” e não vota contra a obra em si.

“Deveria ser por lotes, e não vai ser”, insistiu.

Já Anabela Freitas (PS) frisou que “a legislação não proíbe a não contratação por lotes em empreitadas superiores a 500 mil euros”, mas sim, “permite o lançamento de empreitadas sem ser por lotes, em valores superiores a 500 mil euros”.

ÁUDIO | Anabela Freitas (PS), presidente da Câmara Municipal de Tomar

Aludindo ao caso do Largo de Cem Soldos, a edil referiu que se fosse dividido por lotes, havendo alguns que ficassem desertos, poderiam impedir a prossecução da empreitada.

Por outro lado, aludiu ao facto de, havendo diferentes lotes atribuídos a diferentes empresas, em caso de algum problema na obra em que haja sobreposição de intervenções de lotes diferentes, não há forma de responsabilizar ou imputar culpas.

“A contratação por lotes é muito bonita quando se está num gabinete em Lisboa e não se sabe o que é uma empreitada”, criticou, sem papas na língua, a autarca tomarense, sublinhando que não sendo obrigatório esse tipo de contratação no âmbito das empreitadas públicas, “sai muito mais barato fazer a empreitada completa, porque há lotes que são mais caros que outros”.

O ponto foi aprovado por maioria socialista com três votos contra dos vereadores do PSD.

Joana Rita Santos

Formada em Jornalismo, faz da vida uma compilação de pequenos prazeres, onde não falta a escrita, a leitura, a fotografia, a música. Viciada no verbo Ir, nada supera o gozo de partir à descoberta das terras, das gentes, dos trilhos e da natureza... também por isto continua a crer no jornalismo de proximidade. Já esteve mais longe de forrar as paredes de casa com estantes de livros. Não troca a paz da consciência tranquila e a gargalhada dos seus por nada deste mundo.

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