“O PRR é uma oportunidade única e deve destinar-se a fazer o que é único (…) com intervenções estruturais que reforcem a capacidade do setor da cultura e que valorizem o nosso património”, disse António Costa, no âmbito de uma visita ao Convento de Cristo, património da Humanidade, e onde foi apresentado o projeto de requalificação do monumento, orçado em 4.4 ME.
O governante salientou que, do total global de 283 ME do PRR para a Cultura (243 ME na fase inicial), “o grosso do investimento destina-se mesmo à valorização do património cultural”, num montante que vai “permitir intervir, inicialmente, em 46 monumentos e três teatros nacionais, e, agora, com a reprogramação e este reforço de 40 ME permite intervir em mais 29 monumentos ou sítios”.




ÁUDIO | ANTÓNIO COSTA, PRIMEIRO MINISTRO:
Numa intervenção sem direito a perguntas efetuada antes da visita aos espaços de conservação, restauro e recuperação de fachadas e coberturas da Igreja, com passagem pela Janela Manuelina (ou do Capítulo), António Costa lembrou que este investimento, que antecede o do PRR, orçou em um milhão de euros, no âmbito do PT2020 – Programa Operacional Centro 2020 (85% de fundos comunitários e 15% de comparticipação nacional).
A obra em curso inscreve-se num plano diretor para o monumento, que, na intervenção de 4.4 ME, no âmbito do PRR, incluirá o castelo e a criação de uma nova zona de acessos.
A verba vai, nomeadamente, permitir a reabilitação do Castelo (paço henriquino, alcáçova e jardim; 2,8 milhões de euros) e dos claustros D. João III (1,25 milhões de euros).
No Castelo, atualmente em ruína, a intervenção vai permitir criar uma nova entrada e uma distribuição dos visitantes por dois circuitos, um resultante da herança templária (antiga fortaleza e paço) e outro da Ordem de Cristo (complexo monástico).
Esta obra, totalmente financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência, no valor de 4,4 milhões de euros, deverá estar concluída até ao final de 2026.

António Costa disse ainda que os alegados atrasos na execução do PRR é uma questão que “depende do ponto de vista”.
“Quando estamos num monumento que tem seis séculos e que nunca tinha tido nenhuma intervenção de fundo, podemos dizer que sim, o PRR chegou pelo menos cinco séculos atrasado. Se olharmos o calendário do PRR, que tem de estar concluído até dezembro de 2026, nós dizemos que estamos num bom momento”, afirmou.
“Não estamos atrasados”, assegurou o governante. “Estamos no momento certo para que tudo possa estar pronto a tempo e hora”, concluiu António Costa.







Anabela Freitas, presidente da Câmara de Tomar, e também líder da CIM Médio Tejo, destacou a importância do investimento em curso e do que vai arrancar em breve para o monumento Património da Humanidade, tendo afirmado que o PRR “está a chegar às pessoas, às instituições e aos territórios”.
Dando como exemplo a própria CIM Médio Tejo, que, indicou, tem um total de 4.530 projetos aprovados para os 13 municípios, com 120 milhões de euros comprometidos e dos quais 16-2 milhões já estão pagos. Anabela Freitas agradeceu ainda publicamente a António Costa o seu emprenho pessoal na criação da nova NUT II, que vai agregar as regiões do Médio Tejo, Lezíria e Oeste.

ÁUDIO | ANABELA FREITAS, PRESIDENTE CM TOMAR:
Andreia Galvão, diretora do Convento de Cristo, destacou, por sua vez, um “continuado investimento” que permitiu chegar “aqui hoje”, em termos de restauro monumental, como “resultado de uma feliz encruzilhada de esforços e oportunidades na história e na vida” do emblemático monumento.
A gestora afirmou que o investimento projetado de 4.4 milhões de euros será “o mais importante projeto de requalificação alguma vez realizado” no Convento de Cristo, espaço monumental que acolhe uma média de 420 mil a 430 mil turistas por ano.

ÁUDIO | ANDREIA GALVÃO, DIRETORA DO CONVENTO DE CRISTO:









PRR | Primeiro-ministro salienta contribuição para “transformação estrutural do país”
O primeiro-ministro considerou que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) contribuiu “para uma transformação estrutural do país” e afirmou que as intervenções com estes fundos não pararam durante o mês de agosto.
O primeiro-ministro e o ministro da Cultura fizeram na sexta-feira um périplo para visitar algumas intervenções de requalificação de monumentos e espaços culturais que estão a ser levadas a cabo com recurso às verbas do PRR, nomeadamente o Convento de Cristo em Tomar, o Palácio Nacional de Mafra e o Teatro Nacional D.Maria II, em Lisboa.
Neste último ponto, António Costa afirmou que “o PRR está em movimento e não parou mesmo no mês de agosto, continua a ser um fator que contribui para uma transformação estrutural do país, mas também para que o país recupere da pandemia e mantenha um nível de atividade elevado”.
Fotogaleria de: Arlindo Homem/mediotejo.net:
O chefe de Governo aproveitou o exemplo do teatro nacional para responder às críticas relativas às verbas se destinarem em grande parte a entidades públicas, indicando que as verbas não vão ficar no D.Maria II, transformaram-se “em obra”.
Trata-se de “investimento numa entidade pública, para esta, através do investimento que faz na economia, criar melhores condições para a fruição cultural”, defendeu.
Num balanço do dia, António Costa disse que estas visitas permitiram “testemunhar aquilo que um pouco por todo o país está a acontecer com intervenções no âmbito do PRR e que envolvem ou intervenção de organismos do Estado, ou intervenção de municípios ou IPSS e empresas”, para cumprir o objetivo de em 2026 o país ter tido “uma mudança estrutural profunda”.
O primeiro-ministro considerou ser uma “oportunidade, uma responsabilidade e também uma felicidade única poder ter num tão curto período de tempo uma intensidade de investimento tão significativa”.
Costa salientou que também o Teatro Nacional de São Carlos e o Teatro Camões, em Lisboa, vão ser objeto de intervenção com verbas do PRR, e que o Teatro Nacional São João, no Porto, já foi alvo de uma “intervenção muito profunda” com recurso a apoios do programa Portugal 2020.
O chefe de Governo destacou ainda que “além dos 46 monumentos nacionais inicialmente previstos”, há mais “29 monumentos e sítios” que serão intervencionados com o reforço da dotação do PRR.
c/LUSA