O Alvega venceu o Figueirense, atual detentor da Taça Inatel, e segue em frente na prova. Foto: mediotejo.net

ASSOCIAÇÃO DE MELHORAMENTOS DA FREGUESIA DE ALVEGA 2 – JUVENTUDE UNIÃO FIGUEIRENSE 0

Taça Fundação Inatel Santarém – 1/16 avos de final – Domingo, 18 de dezembro de 2022

Campo de Jogos Dr. Armando Matafome – Alvega

Escolha de campo com a tradicional moeda ao ar

Em dia (e hora) de final de mundial de futebol no Qatar, sem Messi e nem Mbappé em campo, não seria de esperar que a aldeia de Alvega se empolgasse com o jogo, que era considerado o mais apetecível da eliminatória da Taça Fundação Inatel (por muitos conhecida como Taça Amizade), mas, a centena e meia de adeptos das duas equipas (há que sublinhar os adeptos do Juventude Figueirense que se apresentaram em bom número e bem efusivos) foram incansáveis do primeiro ao último minuto, no apoio às suas equipas e a tarde estava agradável e o pelado apresentava-se excelente para a prática desportiva. Resumindo: estava tudo reunido para uma boa tarde de futebol e, na verdade, a ida não foi em vão.

Alvega entrou muito forte na partida tendo marcado os dois golos no primeiro tempo

Perante o vencedor da edição passada da Taça, o conjunto de Alvega sabia que tinha dois factores a seu favor: jogar em casa e no campo pelado. Curioso verificar que os responsáveis do Figueirense, a primeira coisa que fizeram ao chegar ao Campo de Jogos Dr. Armando Matafome, foi verificar o estado do piso. Parece terem ficado agradados com o que viram e sentiram, mas não foi o que aconteceu no jogo jogado.

Alvega trocou as voltas ao atual detentor da Taça Inatel e venceu com justiça uma boa equipa do Figueirense

Aos dois minutos de jogo, já se reclamava grande penalidade a favor da equipa da casa, com Eduardo Catarrinho a cair dentro do centro da área, num lance que pedia análise de VAR pela dúvida que realmente deixou. Os juízes de campo nada assinalaram e o jogo seguiu, sempre com Alvega por cima, não dando descanso aos figueirenses, deveras surpreendidos com a entrega dos azuis. Bola no chão, linha avançada de três, rapidez nos processos e um autêntico quebra-cabeças para o adversário.

Jogo muito disputado a meio campo

Nova ameaça dos locais, decorria o minuto sete, numa combinação perfeita entre Fábio Viegas a dar de calcanhar para Catarrinho que, de primeira, isola Gilberto Mendes que remata frouxo para defesa fácil de Pedro Lourenço. Oportunidade clara para o Alvega se adiantar no marcador. À passagem do quarto de hora, é Fábio Viegas quem remata à figura do guardião do Figueirense.

A avalanche ofensiva da equipa de Alvega acabaria por dar resultados práticos aos 24 minutos, noutra excelente jogada de combinação a três, com Fábio Viegas a colorir o jogo com o primeiro tento, apontado de cabeça perante o desamparado guarda-redes opositor que nada poderia fazer. Estava a ser evidente que o golo iria aparecer tal a forma como os alveguenses entraram em campo.

Alvega adianta-se no marcador e festeja o primeiro dos dois golos da tarde

O minuto 28 foi de contrariedade para a formação de Pedro Rodrigues, com Gilberto Mendes a ter que ser rendido por lesão, ele que se estava a cotar como o patrão da ala direita do ataque do Alvega. Para o seu lugar foi chamado Diogo Delgado, que também deu boa conta do recado. O Juventude Figueirense apenas ao minuto 29 se aproximou da baliza à guarda de José Cordeiro, através de um livre indireto que acabou por não levar perigo.

Figueirense tentava responder ao resultado negativo

Os homens de Alvega não tiravam o pé do acelerador e, pouco passava da meia hora desde o início do jogo, novamente Eduardo Catarrinho a desperdiçar uma oportunidade de golo feito. Incrível como o jovem local perde o segundo golo. E é pouco depois que Diogo Morais do Figueirense, tem nos pés a chance do empate, ocasião que saiu gorada.

E é já em período de descontos do primeiro tempo que surge o segundo golo do Alvega, uma vez mais em jogada corrida e rápida a três. Fábio Viegas descobre o colega André Neves, que solto de marcação, isola Eduardo Catarrinho. Perante a oportunidade, este só teve que colocar o esférico dentro da baliza, talvez na melhor jogada de todo o encontro. O intervalo chegou logo de imediato.

Guarda redes do Alvega teve uma exibição segura

Para a segunda metade do jogo, Simão Fortio trouxe outra determinação, mexendo no seu xadrez, dando mais rapidez e robustez no meio campo e ataque. A equipa mostrou-se mais ativa e o Alvega já não conseguia sair com a mesma facilidade verificada no primeiro tempo, tendo optado por uma estratégia mais defensiva e de contenção, espreitando possibilidades de jogadas de contra-ataque.

Figueirense tentou na segunda parte responder aos dois golos de desvantagem

Na verdade, a segunda parte nada teve a ver com a primeira. O recurso constante às faltas e as recorrentes substituições, tiraram algum do brilho que o jogo apresentou até então.

Destaque para uma primeira tentativa de Alvir Oliveira, recentemente entrado, procurando reduzir para o Figueirense aos 52 minutos para, dessa maneira, poder relançar a partida. O seu remate é potente mas não levou a direção desejada.

Alvega venceu com justiça perante um adversário de muita qualidade

Atingia-se o meio do segundo tempo e o jogo tornava-se incaracterístico com imensas interrupções e pouco futebol. O Alvega estava a conseguir travar toda e qualquer iniciativa do Juventude Figueirense. Os últimos minutos foram jogados mais com o coração do que com a cabeça, com destaque para Bruno Bexiga a tentar, individualmente, o que o coletivo não estava a conseguir.

Alvega marcou dois golos na primeira metade e soube controlar o desafio e manter a vantagem na segunda parte

Por três vezes, com remates de longe, tentou a sua sorte, com um deles ainda a tirar tinta da quina esquerda da baliza de José Cordeiro que segurou o resultado até final.

Vencedor e resultado justo, premiando a ousadia atacante e a velocidade do Alvega na primeira parte, contrastando com uma formação do Figueirense aturdida com os acontecimentos e com a postura tática do seu opositor. O atual detentor do troféu, conquistado a época passada numa final disputada frente ao Carvoeiro, sai assim de forma prematura da prova. Arbitragem nem sempre segura, com queixas da equipa que viajou de Coruche, mas sem interferência no resultado final e no vencedor da partida.

Ficha de jogo:

ASSOCIAÇÃO DE MELHORAMENTOS DA FREGUESIA DE ALVEGA

Equipa do Alvega

José Cordeiro, José Miguel, Pedro Costa, André Marques, David Peres, Eduardo Catarrinho, Jorge Guerreiro, André Neves, Gilberto Mendes, Fábio Viegas e Pedro Santos.

Suplentes: Eduardo Baeta, Cláudio Mourato, Pedro Ferreira, Diogo Delgado e João Pereira.

Treinador: Pedro Rodrigues.

JUVENTUDE UNIÃO FIGUEIRENSE:

Equipa do Figueirense

Pedro Lourenço, João Quintino, Alexandre Sortio, Luís Mira, Jorge Santinho, Sérgio Salvador, Bruno Bexiga, Diogo Morais, Rafael Carvalho (cap.), Lino Perdigão e André Pinto.

Suplentes: Miguel Duarte, Edgar Patrocínio, João Botelho, Rúben Lourenço, Bruno Pinto, Alvir Oliveira e Paulo Miguel.

Treinador: Simão Fortio.

GOLOS: Fábio Viegas e Eduardo Catarrinho.

EQUIPA DE ARBITRAGEM: Nuno Henriques, André Gralha, e Joaquim Ventura.

Equipa de arbitragem e capitães de equipa

No final da partida ouvimos os treinadores das duas equipas:

ÁUDIO | PEDRO RODRIGUES, TREINADOR DO ALVEGA:

Pedro Rodrigues, treinador do Alvega. Foto: mediotejo.net

ÁUDIO | SIMÃO FORTIO, TREINADOR DO FIGUEIRENSE:

Simão Fortio, treinador do Figueirense. Foto: mediotejo.net

José Belém

A grande “culpada” é uma velhinha máquina de escrever Royal esquecida lá por casa e que me “infectou” para uma vida que se revelou mais tarde não fazer sentido sem o jornalismo. O primeiro boletim da paróquia e o primeiro jornal da pequena aldeia onde frequentava a escola (tinha apenas 7 anos de idade) entranharam-me a alma (e o sangue) deste “vício” de escrever e comunicar. Seguiram-se os pequenos jornais de turma, os das escolas, os painéis informativos colocados nas paredes dos átrios e o dos escuteiros... e nunca mais o “vício” sarou. Ao longo da vida, foram vários e diversificados os ofícios exercidos profissionalmente, mas o “mar dos desejos” desaguava sempre numa folha de papel ou (mais tarde) num portátil de computador (e sempre com a máquina fotográfica como companhia). Já mais "a sério” e desde jornais regionais, rádios locais, periódicos nacionais e televisão (TVI), já são mais de 45 anos de um percurso “académico” de alguém que pouco se importa de não possuir um “canudo”.

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