Foi um dia de festa a dobrar para o Grupo Desportivo Vitória de Sernache. No dia em que comemorava o seu 72º aniversário, a 1 de agosto, foi inaugurado o novo piso sintético do Campo Nº 2 do Estádio Municipal Nuno Álvares Pereira, em Cernache do Bonjardim (Sertã), um investimento municipal na ordem dos 250 mil euros.
António Joaquim, presidente do clube desde 2009, não cabia em si de contente pelo que representava aquele momento festivo. No seu discurso durante a cerimónia de inauguração falou na concretização de um sonho acalentado há vários anos.
Mas a festa no renovado campo, onde estavam largas dezenas de cernachenses, dirigentes, autarcas e antigos e atuais atletas, começou com o descerramento de uma lápide alusiva à inauguração, seguido da bênção pelo padre Paulo Ribeiro.
E foi já em pleno campo sintético que decorreram os discursos. Coube ao presidente da Câmara abrir a série de intervenções começando por destacar a importância do futebol “para a nossa sociedade e sobretudo para os nossos jovens não só pelo reforço do espírito de equipa, mas pela criação de entreajuda e camaradagem”.
José Farinha Nunes destacou “o papel fulcral” que Cernache do Bonjardim teve na introdução desta modalidade (futebol) na região e caracterizou o Grupo Desportivo local como “um dos grandes expoentes e um dos pilares do fenómeno desportivo local”.
Os resultados alcançados pelas equipas ao longo dos anos são, para o autarca, uma prova de que “aqui se trabalha bem e de qualidade”. Depois de elogiar o dinamismo e dedicação do presidente do clube e restantes dirigentes, bem como a paixão dos sócios, deu os parabéns pelo 72º aniversário.
O presidente da Câmara acrescentou ser aquele “um dia especial para a vila de Cernache do Bonjardim e para todos os seus habitantes” pela inauguração de um “equipamento moderno, com todas as condições para a prática do futebol” o que representa a abertura de “uma nova página da história do estádio municipal”.
O autarca referiu ainda o apoio que o município tem dado ao desporto e às suas coletividades e agradeceu o trabalho da junta de freguesia e dos dirigentes do clube pelo “trabalho incansável” para que a obra se concretizasse.

Foi com uma emblemática frase de Fernando Pessoa que o presidente do Grupo Desportivo Vitória de Sernache iniciou a sua intervenção: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”. António Joaquim não conseguia esconder a sua alegria e felicidade pela inauguração do “magnifico tapete que muito engrandece e muito vai beneficiar aquilo que é o Grupo Desportivo”.
Ao fim de “11 anos de lutas e de muito trabalho e muita dedicação”, o clube dispõe de “dois belíssimos campos e umas belíssimas instalações para a prática do futebol sobretudo para os jovens de Cernache”, regozijou-se o dirigente, elogiando as atuais “condições fantásticas e funcionais”. Agradeceu o apoio da autarquia sem o qual, reconhece, o clube não existia. António Joaquim aproveitou o momento para pedir a construção de estruturas de apoio. “Este campo precisa de balneários”, disse em jeito de pedido à Câmara.
“Penso que isto não é despesa, é investimento”, afirmou o dirigente, para quem “a obra deu trabalho, deu despesa, mas resultou num magnifico complexo desportivo”. Ao mesmo tempo lamentou as críticas de alguns, mas respondeu com os melhoramentos e os resultados das equipas ao longo dos últimos anos.
Depois de se referir às consequências da pandemia no campeonato, que acabou por beneficiar o clube de Cernache com a manutenção da sua equipa sénior do Campeonato de Portugal, António Joaquim fez em traços gerais o retrato do Grupo Desportivo elencando os diferentes escalões e os atletas envolvidos.
Foi com orgulho que apresentou as conquistas alcançadas recentemente, como o estatuto de utilidade pública, a bandeira da ética, hasteada à entrada do campo, e a certificação de entidade formadora três estrelas, título que renovou para a próxima época.
Na série de intervenções, seguiu-se Paulo Luís, em representação da Associação de Futebol de Castelo Branco, que sublinhou o papel fundamental dos municípios como “verdadeira mola impulsionadora do desporto” sobretudo entre os jovens. Deu os parabéns ao município da Sertã não só pela obra, mas por tudo o que tem feito em prol das infraestruturas desportivas.
Interveio a seguir a presidente da Junta de Freguesia, Filomena Bernardo, que, dirigindo-se ao presidente do clube, enalteceu: “Tu fazes história, fizeste a gala, lançaste um livro, lançaste uma música e levaste-nos não sei quantas vezes ao rubro quando fomos campeões e quando subimos de divisão”.
A autarca considerou o novo sintético como “uma obra de extrema importância e muito merecida principalmente pelas dezenas de jovens futebolistas que deixam de jogar em terra batida”. Garantiu que “esta infraestrutura não será um elefante branco, será muito bem rentabilizada” e “vai servir para estreitar relações entre atletas, clubes e associações”.
Depois de agradecer a todos os intervenientes na obra pelo “empenho e dedicação”, Filomena Bernardo deu os parabéns ao Vitória, “um clube com história”.
Encerrou a série de discursos o Diretor da Federação Portuguesa de Futebol, José Alberto Ferreira, que elogiou o “magnífico espaço”, felicitou o presidente do clube pelo trabalho desenvolvido lembrando a luta pelo “Estatuto de Dirigente Benévolo” e, por fim, agradeceu ao presidente da Câmara pelo apoio que tem dado aos clubes.