Câmara da Sertã em reunião online. Foto: DR

Na primeira reunião da Câmara da Sertã após a publicação dos resultados preliminares do Censos 2021, a quebra demográfica no concelho não podia deixar de ser abordada. O presidente garantiu que o concelho tem mais de 15 mil pessoas, diferenciando aquilo que são os dados estatísticos e a população residente permanentemente no território.

Antes que a oposição falasse do assunto, José Farinha Nunes, presidente da Câmara, antecipou-se e logo no início da reunião do dia 2, realizada online, começou por lamentar que a perda de população “foi um problema para o país em geral, mas principalmente para o interior, não só para a Sertã”.

Falando no período de antes do dia, o autarca defendeu que “é indispensável e é urgente alterar as políticas” porque “a culpa não é só do poder central, mas também do poder local, câmaras municipais, juntas de freguesia e partidos políticos”.

Preconiza, por isso, “uma convergência”, “um entendimento entre os partidos políticos, entre poder central e local para que haja uma reforma para alterar a taxa de natalidade”.

Antecipando críticas da oposição, considerou que “os casais não vão passar a ter mais filhos apenas com medidas isoladas”.

“Enquanto não houver condições para os casais terem mais filhos”, José Farinha Nunes propôs que “sejam criadas condições para se atrair pessoas de outros países”.

Entre 2011 e 2021, a população do Concelho da Sertã diminuiu 7,1%, tendo atualmente 14.748 habitantes, segundo os resultados preliminares do recenseamento.

O presidente garante que o concelho tem mais de 15 mil pessoas, diferenciando aquilo que são os dados estatísticos e a população residente permanentemente no território, conforme constataram os recenseadores.

Farinha Nunes fala em “várias centenas de pessoas” que têm a morada do cartão do cidadão nos municípios da Grande Lisboa, mas a maior parte delas reside no concelho.

Esta situação deve-se, segundo o autarca, aos serviços de saúde. “As pessoas não alteram a morada porque desta forma têm acesso a dois médicos, onde vivem e onde estão recenseadas”, justifica, ao mesmo tempo que reclama melhores serviços de saúde e mais médicos para a Sertã.

O assunto levou a uma troca de argumentos com o vereador Carlos Miranda (PS) em que este defendeu políticas de apoio à criação de emprego e de atração de empresas, condições de saúde, melhor educação, entre outros serviços, para aumentar a população no concelho.

O presidente da Câmara voltou a argumentar que “as pessoas estão recenseadas onde têm melhores serviços de saúde”, enquanto o eleito do PS defendia que a Câmara podia ter uma atitude mais proativa no que toca às políticas de captação e fixação de famílias.

José Gaio

Ganhou o “bichinho” do jornalismo quando, no início dos anos 80, começou a trabalhar como compositor numa tipografia em Tomar. Caractere a caractere, manualmente ou na velha Linotype, alinhavava palavras que davam corpo a jornais e livros. Desde então e em vários projetos esteve sempre ligado ao jornalismo, paixão que lhe corre nas veias.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *