Um ambiente relaxado e multicultural viveu-se este fim de semana na Sertã, com boas vibrações no ar. Pessoas sozinhas ou em grupo, muitas deitadas na relva, algumas com os pés descalços, a dançar ou simplesmente a curtir o som que se tocava. Muita cerveja como companhia e a barraca dos cachorros e das bifanas para quando a fome apertava. A maioria do público, de todas as idades, vinha de outros países, mas também se adivinhavam muitos portugueses no local.

Foi isto que se vivenciou na Praia Fluvial da Ribeira Grande, na Sertã, durante o I Festival Internacional de Bandas, realizado na tarde e noite de sábado, 20 de maio. A organização partiu do Clube da Sertã mas deve-se, sobretudo, a um homem: Paul Michelmore, um inglês que escolheu viver na Sertã e tem um Pub – “The Harrisson”- em King’s Cross, no centro de Londres, onde se realizam vários espetáculos. Foi ele que contactou as bandas aqui presentes e que vieram de países como Inglaterra, Holanda, Turquia, França ou Estados Unidos. Foi em sua casa que ficaram alojadas cerca de 100 pessoas, 40 delas músicos que tocaram gratuitamente neste dia.

Paul Michelmore contou ao mediotejo.net que veio parar à Sertã quando se apaixonou por uma casa, na Quinta de São José no Olival, Outeiro, que acabou por comprar há dois anos. Em relação a este evento considera que o mesmo está a correr muito bem. “Conheço a maioria destes músicos através do meu trabalho em Londres. Convidava-os muitas vezes minha casa, para ensaiarem e divertirem-se. Depois pensei que era uma pena que estes bons músicos apenas tocassem para eles. Deviam tocar em Portugal. A Câmara da Sertã e o Clube fizeram um trabalho magnífico a organizarem isto”, refere. O inglês, que já gostava da beleza da floresta e da ribeira, elogia ainda a hospitalidade dos habitantes locais.

Pedro Casimiro, a dar a cara pela Selinda BTT, refere que este evento procurou potenciar o espaço da Praia Fluvial da Sertã que oferece condições excelentes para este tipo de música particular, a folk. “A ideia era trazer os amigos estrangeiros e juntá-los neste espaço, a atuar e a divertir-se. O ambiente está impecável e todas as pessoas com quem falo dizem-me maravilhas. É um evento para se repetir”, referiu. A Selinda BTT, que dinamiza eventos de ciclismo, neste dia estava a ajudar a APPACDM Sertã, através de um pequeno sorteio.


Dos Estados Unidos encontrámos a simpática Ashlae Blume, vocalista da Banda Läelûme, maravilhada com o ambiente vivido na Sertã. É a segunda vez que está em Portugal. “Acho que a Sertã é um local cheio de beleza natural. É bom estar no meio do rio e da natureza e todos mostraram uma enorme hospitalidade para com os músicos e público vindo do estrangeiro”, referiu ao mediotejo.net, acrescentando que adorou a experiência e espera que a mesma se repita no próximo ano. “Gostava muito de ter mais interação com os locais, dando, por exemplo, aulas de música”, aponta.

A organização refere que o objetivo passa por promover um evento musical diferente num espaço que é poucas vezes aproveitado culturalmente. Sendo a primeira vez que se realiza, as expectativas não eram elevadas mas acabou por ser um êxito. “Temos um Clube que promove cultura, um espaço magnífico e um produtor musical inglês que mora na Sertã e traz bandas para cá pelo que estavam reunidas todas as condições para que realizassemos este evento”, referiram os elementos do Clube da Sertã. A autarquia apoiou com a cedência do espaço, montagem de palco e transporte dos músicos.

Ao longo do dia atuaram, durante cerca de uma hora, bandas como The Horsenecks, Young Waters, Alice Phelps Band, Mikey Kenny and friends, Djanan Turan, Tantz Duo, The Gator Dog Snappers, Toytown Hustle, Sophie Crawford, Läelûme, Claire Row, Rebekah Bouche e os sertaginenses Nightmare & The Wolfman Trio. Sonoridades que emprestaram uma dinâmica diferente à Sertã, que neste dia foi palco de músicas de todo o mundo.
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