Questionado pela remoção da ponte pedonal que era uma imagem de marca da Sertã, o presidente da Câmara afirmou em reunião de executivo que “o estado de degradação da ponte de madeira sobre a Ribeira da Sertã, era muito, muito elevado” e “não tinha recuperação possível”.
Carlos Miranda (PS) respondia a um pedido de informação do vereador José Silva Nunes, na reunião do executivo do dia 4 de fevereiro, realizada por videoconferência.
A propósito da participação de pessoal da Câmara nos trabalhos de remoção da ponte, o eleito da oposição questionou “porque é que a ponte caiu, o que é que correu mal, se o estado de degradação era assim tão elevado que não possibilitou a remoção dela num estado de ainda poder ser reparada”.
ÁUDIO | JOSÉ NUNES, VEREADOR PSD, E CARLOS MIRANDA (PS), PRESIDENTE CM SERTÃ:
Em resposta, o presidente da Câmara começou por frisar o elevado estado de degradação da estrutura e deu conta da aceleração desse processo de forma mais rápida do que é normal neste tipo de equipamentos em madeira.
A autarquia contratou uma grua de grandes dimensões, um equipamento especial, para a remoção da ponte. Referiu o autarca que o objetivo era “a remoção da ponte por inteiro, não que tivéssemos qualquer expectativa quanto à sua possível reparação, claramente não era possível reparar a ponte, já sabíamos que a ponte não iria ser reparada”.
Quanto à operação no local, Carlos Miranda relata que, “quando os técnicos da grua a instalaram, começaram a ter algumas dúvidas sobre a possibilidade de remoção da ponte por inteiro e no momento em que estavam a iniciar o procedimento verificaram que iria ser muito complicado retirá-la por inteiro”.
“Havia o risco de a ponte se partir no momento em que estivesse a ser puxada pela grua e, ao partir, iria criar instabilidade, iria balançar o que poderia levar até ao desequilíbrio da grua e poderia haver ali um acidente de grandes proporções”, ressalvou o edil.
Depois, constatou-se “que não seria possível remove-la por partes”, que “seria muito, muito complicado porque assim que se começasse a tirar uma parte, o resto da ponte poderia cair”, pondo em causa a segurança dos trabalhadores.
O que se julgou ser “mais prático e seguro” foi, “primeiro, deitá-la abaixo e depois retirá-la do leito da ribeira em partes”, explica o Presidente da Câmara, reforçando o objetivo da “salvaguarda da segurança de todos”.
“Concluiu-se que a ponte não tinha recuperação possível”, reforça o autarca, “sem qualquer ilusão quanto à sua reparação”.
Carlos Miranda confessa que se sente “aliviado” com este processo. Depois da “enorme preocupação” que sentiu durante dois meses relativamente ao estado de grande degradação da ponte. Mesmo assim, “a ausência de chuva possibilitou que a ponte se mantivesse”. Porque se chovesse, a queda da ponte “poderia ter consequências graves”.
“É um alivio”, sublinha, reconhecendo o impacto visual que tem a ausência da ponte e a ligação afetiva que os cidadãos da Sertã tinham com aquele ex-libris. Mas “para segurança de todos, as coisas foram bem feitas, ninguém se magoou”.
“Agora vamos pensar no futuro, vamos pensar no que é que vamos fazer relativamente àquela travessia”, concluiu o presidente da Câmara.