O novo mural junto à ponte sobre a Ribeira da Sertã. Foto: CMS

Um mural artístico de grandes dimensões, da autoria da pintora Mariana Duarte Santos, é a mais recente atração do Jardim da Fonte da Boneca, na Sertã.

Encomendado para o local pelo Município, a obra de arte está a ser pintada no paredão anexo à Fonte da Boneca, logo abaixo da ponte sobre a Ribeira da Sertã. Nele se evocam algumas das vivências comunitárias da vila da Sertã.

A artista trabalhou a partir de imagens antigas, uma representando os passeios de barco que coloriam, em tempos recuados, as águas das duas ribeiras da Sertã e outra simbolizando as pescarias artesanais (habitualmente pesca por arte lançada) que aconteciam também nestes dois cursos de água. As fotos pertencem a uma coleção de imagens antigas, que têm estado à guarda da Biblioteca Municipal Padre Manuel Antunes.

A propósito desta obra, o presidente da Câmara Municipal da Sertã, destacou “a qualidade e espetacularidade do mural artístico, que com toda a certeza se tornará num dos pontos de paragem obrigatório para quem visita a vila da Sertã”. “Simultaneamente, será um sítio que dirá muito à população do concelho, pois nele se faz a exaltação da nossa memória e identidade coletiva”, prevê Carlos Miranda.

Para o autarca, esta obra “faz parte de um plano de requalificação da Fonte da Boneca e do jardim anexo, conferindo-lhe todo o destaque e dignidade que este espaço de lazer merece”.

Além disso, Carlos Miranda notou ainda que é “objetivo do Município da Sertã promover uma rota de arte urbana por todo o concelho, sendo que este é o primeiro capítulo dessa futura rota”.

A autora é uma jovem pintora nascida em 1995 e que estudou na Escola Artística António Arroio, tendo-se depois formado em Artes Plásticas no Ar.Co.

Conta no seu currículo com participações em várias exposições coletivas e individuais em Portugal, Espanha, Estados Unidos, Reino Unido e Irlanda. Em 2019, realizou o seu primeiro mural inserido no projeto Arte Pública, da Fundação EDP e, desde aí, é presença habitual em festivais como o Conversas na Rua, Fazunchar ou VIA.

Neste momento, tem à sua conta quase duas dezenas de murais espalhados por Lisboa, Fundão, Belmonte, Torres Vedras, Praia do Ribatejo, Figueiró dos Vinhos, Coruche, Dublin ou Valongo. O seu trabalho, de natureza figurativa, é centrado maioritariamente na pintura e na gravura e bastante influenciado por áreas artísticas, como o cinema, fotografia e literatura.

José Gaio

Ganhou o “bichinho” do jornalismo quando, no início dos anos 80, começou a trabalhar como compositor numa tipografia em Tomar. Caractere a caractere, manualmente ou na velha Linotype, alinhavava palavras que davam corpo a jornais e livros. Desde então e em vários projetos esteve sempre ligado ao jornalismo, paixão que lhe corre nas veias.

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