As expressões de fé nas comemorações da Semana Santa do Sardoal são múltiplas. A data religiosa é celebrada desde a escuridão que envolve a Procissão do Senhor da Misericórdia (ou Fogaréus) até às cores vibrantes das pétalas que embelezam as capelas e igrejas. Os tapetes de flores unem a criatividade à religião e não só pois, através do Projeto Capela, o passado e o presente encontram-se através dos trabalhos dos alunos do concelho.

A exposição temática alusiva à edição de 2017 foi inaugurada no Espaço Cá da Terra no passado dia 31 de março reunindo reúne 53 projetos artísticos criados pelos alunos do Agrupamento de Escolas de Sardoal. À semelhança dos anos anteriores, três trabalhos foram destacados e o que conquistou o primeiro lugar, realizado pela aluna Beatriz Serras, passou a integrar a rota dos locais religiosos embelezados pela tradição.

Beatriz Serras foi a vencedora da edição deste ano. Foto: DR

Conversámos com a vencedora durante a inauguração pouco depois de receber a distinção pelas mãos de Miguel Borges, presidente da autarquia, e de Ana Paula Sardinha, diretora do Agrupamento de Escolas de Sardoal. Ambos também partilharam pormenores deste projeto que envolveu mais de centena e meia de estudantes do 5º ao 12º ano na quarta edição e resultou no tapete que os visitantes podem encontrar na Capela do Senhor dos Remédios.

Ana Paula Sardinha salientou a forma como o Projeto Capela contribui para a formação dos alunos enquanto pessoas ao mesmo tempo que perpetua uma tradição que considera ser única no país. Opinião partilhada por Miguel Borges, envolvido desde o primeiro minuto, quando era docente no concelho e coordenador do Departamento de Expressões. Passadas quase duas décadas, o atual presidente da autarquia destaca o envolvimento dos alunos com a tradição local e o surgimento de novas formas de interpretar a fé trazidas pelos mais novos.

A exposição reúne 53 trabalhos e fica patente até 30 de abril. Foto: DR

Os tapetes de flores, símbolos por excelência da Semana Santa que atrai milhares de visitantes ao concelho nesta altura do ano, assumem-se como uma ligação entre a comunidade escolar e a população sardoalense, unindo gerações e confirmando que a tradição está, literalmente, nas mãos dos mais novos. Os trabalhos patentes até dia 30 de abril foram selecionados entre os muitos apresentados e isso revela-se um bom prenúncio.

Nasceu em Vila Nova da Barquinha, fez os primeiros trabalhos jornalísticos antes de poder votar e nunca perdeu o gosto de escrever sobre a atualidade. Regressou ao Médio Tejo após uma década de vida em Lisboa. Gosta de ler, de conversas estimulantes (daquelas que duram noite dentro), de saborear paisagens e silêncios e do sorriso da filha quando acorda. Não gosta de palavras ocas, saltos altos e atestados de burrice.

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