Seis elementos do Médio Tejo partem para o Chile em força conjunta de combate aos incêndios. Foto: DR

Dos 251 incêndios ativos no Chile, no passado sábado, 80 estavam fora de controlo, informou o Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Catástrofes (Senapred). Os incêndios já causaram a morte a, pelo menos, 22 pessoas e há também 554 pessoas feridas, 16 delas em estado grave, tendo já sido destruídos 45.000 hectares de floresta que derivam de uma onda de calor extrema que está a afetar aquele país.

Em reunião de executivo municipal, no dia 8 de fevereiro, o presidente da Câmara de Sardoal anunciou que por solicitação da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e com a sua autorização no âmbito das suas competências, o comandante dos Bombeiros Municipais de Sardoal, Nuno Morgado, e um bombeiro sapador – Rui Alexandre – partem sexta-feira para o Chile numa missão de apoio no combate aos incêndios que assolam aquele país.

O comandante dos Bombeiros, Nuno Morgado, durante a cerimónia de comemoração dos 65 anos dos Bombeiros Municipais de Sardoal. Créditos: Paulo Jorge de Sousa

Recorda-se que também o Chile tem apoiado Portugal em momentos difíceis causados pelos incêndios florestais. Aliás, logo na segunda-feira, através do ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, Portugal manifestou-se disponível para enviar uma equipa de 140 elementos para ajudar nos incêndios que têm atingido o Chile.

David Lobato, atual comandante distrital de operações de socorro (CODIS) de Santarém, assumiu a 1 de janeiro o Comando Sub-Regional de Proteção Civil do Médio Tejo. Foto: mediotejo.net

O representante do Governo explicou na ocasião que Portugal aguardava pela “manifestação de disponibilidade e de acolhimento da parte das autoridades chilenas, para que esses meios possam ser mobilizados, no âmbito do Mecanismo Europeu de Proteção Civil”.

Na quarta-feira, em reunião de Câmara, Miguel Borges, lembrando que “Portugal está com duas frentes, uma na Turquia e outra no Chile”, deu conta que “elementos do distrito de Santarém embarcaram hoje para a Turquia”.

Reunião de Câmara Municipal de Sardoal. Créditos: mediotejo.net

“Apesar de ser uma situação lamentável é sempre com honra e com algum orgulho que podemos disponibilizar os nossos meios técnicos e humanos para ajudar quem está a precisar nesta altura”, disse ainda Miguel Borges.

ÁUDIO | MIGUEL BORGES, PRESIDENTE CM SARDOAL:

ÁUDIO: PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE SARDOAL, MIGUEL BORGES

O comandante David Lobato confirmou ao mediotejo.net que a missão está estipulada para 15 dias.

Chile com mais de 250 fogos ativos, 80 dos quais fora de controlo

Os incêndios no Chile já causaram a morte a, pelo menos, 22 pessoas e há também 554 pessoas feridas, 16 delas em estado grave, tendo já sido destruídos 45.000 hectares de floresta. Dos 251 incêndios ativos, no passado sábado, 80 estavam fora de controlo, informou o Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Catástrofes (Senapred).

Entre as vítimas mortais estão um piloto de nacionalidade boliviana e um mecânico de nacionalidade chilena que caíram na sexta-feira de um helicóptero que combatia incêndios, segundo a Senapred.

O presidente chileno, Gabriel Boric, declarou estado de calamidade na região de La Araucanía, depois de adotar medida semelhante para as regiões de Nuble e Biobio.

Os fogos acontecem no meio de uma onda de calor extrema, com temperaturas próximas dos 40ºC, levando as autoridades a temer um desastre como o de 2017. Nesse ano, um enorme incêndio florestal matou 11 pessoas, afetou cerca de 6.000 pessoas, destruiu mais de 1.500 casas e devastou 467.000 hectares de terras.

Gabriel Boric pediu neste sábado ajuda internacional para deter a grave vaga de incêndios e disse que o seu homólogo argentino, Alberto Fernández, se ofereceu para enviar ajuda.

“Estamos a gerir o apoio de diferentes países para lidar com a emergência”, disse o governante, que na sexta-feira suspendeu as férias na Patagónia chilena para visitar as zonas afetadas.

A vaga de incêndios afeta sobretudo as regiões de Ñuble, Biobío e La Araucanía, zonas de intensa atividade agrícola e florestal localizadas a 400, 500 e 700 quilómetros a sul da capital chilena, respetivamente.

O Governo chileno decretou um Estado de Exceção Constitucional de Catástrofes, que permite uma entrega mais rápida da ajuda às pessoas afetadas e a mobilização de recursos, entre outras medidas.

Portugal vai enviar contingente de combate a fogos florestais para o Chile

Portugal vai enviar para o Chile uma equipa de 141 peritos, integrados num contingente da União Europeia (UE) destacado para ajudar a combater fogos florestais, em resposta um pedido de ajuda do governo chileno.

Segundo um comunicado da Comissão Europeia, o contingente português inclui bombeiros, peritos em coordenação do combate a incêndios florestais e pessoal médico.

Para além de Portugal, Espanha e França também disponibilizam ajuda, tendo Madrid disponibilizado duas equipas de combate a incêndios florestais terrestres, num total de 28 pessoas, e uma Equipa de Avaliação e Aconselhamento de Combate a Incêndios Florestais de dez peritos. França destacou uma equipa de 80 bombeiros.

No total, o Mecanismo de Proteção Civil da UE vai destacar 260 bombeiros, especialistas em coordenação e pessoal médico para as zonas do Chile mais afetadas por fogos florestais, incluindo um oficial de ligação do Centro de Coordenação de Resposta a Emergências da UE.

É ainda esperado o envio de uma equipa de proteção civil da UE nos próximos dias.

O Chile enviou à UE um pedido de ajuda para combater numerosos fogos florestais ativos no centro e sul do país, em consequência das elevadas temperaturas.

C/LUSA

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *