A última reunião de Câmara de Sardoal ficou marcada pela discussão em torno da liquidez financeira do Município, com o vereador do PS a manifestar ainda a sua discordância com a “desvalorização”, por parte do PSD, em sede de Assembleia Municipal, das propostas socialistas para as grandes opções do plano. Em resposta, o presidente Miguel Borges garantiu não haver problemas de liquidez financeira no Município de Sardoal.
Na última quarta-feira, dia 5 de janeiro, o vereador eleito pelo Partido Socialista, Pedro Duque, manifestou desagrado quanto à “desvalorização” do Partido Social Democrata no que diz respeito às constatações dos vereadores socialistas “sem contraditório” em sede de Assembleia Municipal. Designadamente quando à liquidez financeira do Município, que o PS afirma ser uma realidade enquanto o PSD nega a sua existência.
Como indicadores que sustentam as afirmações socialistas, Pedro Duque referiu “a análise dos sucessivos orçamentos, a análise dos documentos previsionais […], a cada ano que passa a margem é cada vez menor”.
Tal como “o crescimento da dívida a curto prazo, ou aos fornecedores” falando mesmo em “um milhão de dívida”, afirmando que o prazo médio de pagamento aos fornecedores situa-se “na ordem dos 180 dias” e deu conta de “atrasos às associações e às próprias juntas de freguesia”.
Nos “indicadores” referidos incluiu também o parque de máquinas e viaturas “completamente obsoleto”, sendo, segundo Pedro Duque, a reparação “uma dificuldade”, por não haver “liquidez para uma operação desta natureza”, disse, acrescentando a falta “de equipamento adequado aos funcionários do município”.
ÁUDIO | VEREADOR PEDRO DUQUE
Em resposta, o presidente Miguel Borges (PSD) começou por lamentar “o grande desconhecimento” que Pedro Duque “tem em relação à realidade da autarquia”. E garantiu “não haver problemas de liquidez financeira no Município” nem “atrasos nos pagamentos” às associações e juntas de freguesia.
“Pagámos em adiantado […], à medida que as juntas entregavam os relatórios nós íamos pagando”, sublinhou o autarca, acrescentando que a Câmara teve de “andar atrás da junta de freguesia de Sardoal”.
Lembrou a existência de um protocolo – contrato de execução – entre a Câmara Municipal e as juntas de freguesia. “Por boa fé continuámos a pagar”, vincou, dizendo inclusivamente: “Não há dívida. A dívida só pode existir quando legalmente existe.”
Miguel Borges tomou posição ainda quando ao parque de máquinas e viaturas do Município de Sardoal, afirmando que “nunca nada ficou por fazer […], optámos pela adjudicação de serviços”, defendeu.
Quanto aos equipamentos dos trabalhadores municipais; “é todos os que quiserem! É prioritário”. Na sua resposta referiu igualmente que “nenhum serviço municipal funciona na antiga GNR”, edifício que se encontra na Estratégia Local de Habitação do Município de Sardoal.
ÁUDIO | PRESIDENTE MIGUEL BORGES