Visita à empreitada de requalificação da Escola Básica e secundária de Sardoal, em setembro de 2019. (foto de arquivo) Créditos: mediotejo.net

No arranque de mais um ano letivo, a Câmara Municipal de Sardoal promoveu uma visita à obra da Escola Básica e Secundária Drª Maria Judite Serrão Andrade para o executivo e jornalistas.  Uma “escola nova” em Sardoal sempre foi cavalo de batalha do presidente da autarquia, Miguel Borges (PSD) e a empreitada de requalificação encontra-se dentro do cumprimento dos prazos, como concluíram Pedro Duque e Carlos Duarte, eleitos do PS, manifestando-se “bastante agradados” com o projeto em curso e cuja intervenção “não impedirá o normal funcionamento da comunidade escolar”.

A empreitada de requalificação da Escola Básica e Secundária Drª Maria Judite Serrão Andrade, em Sardoal, está a decorrer dentro dos prazos previstos, apesar de ter sofrido algumas interrupções nomeadamente para retirar placas de fibrocimento (com amianto) existentes na cobertura da escola e na época dos exames. No arranque de mais um ano letivo a empresa responsável pela obra garantiu que durante o verão de 2020 a primeira fase da obra, com todos os edifícios escolares, estará concluída para que a segunda seja entregue no final do próximo ano (o pavilhão gimnodesportivo), já com a primeira fase em funcionamento.

“Para desativar a parte da escola que agora recebe os alunos é necessário que a primeira fase da obra esteja pronta e que as crianças estejam instaladas. É preciso transportar para os novos edifícios escolares um conjunto de equipamentos nomeadamente a cozinha e algum mobiliário. Tal acontecerá entre a Páscoa e o verão [de 2020], dependerá da disponibilidade da escola que, com certeza, não o fará durante o período letivo uma vez que não é uma mudança que se faça em uma ou duas semanas e envolve a paragem total. Haverá um período que nem a parte nova nem a parte velha terão condições de funcionamento” explicou ao mediotejo.net o engenheiro responsável pela obra, Luís Martins.

Visita à empreitada de requalificação da Escola Básica e secundária de Sardoal. Créditos: mediotejo.net

Isto porque a obra, com previsão de dois anos, será realizada por fases. A escola nova terá a forma idêntica a um T, “o edifício novo surge sem demolição dos edifícios antigos principais para que as aulas continuem a funcionar” dentro da normalidade, explicou o presidente da Câmara Municipal de Sardoal, Miguel Borges (PSD).

Apenas no final da obra “será demolido o edifício onde hoje está o pavilhão polivalente, a cantina e o refeitório e aí nascerá o pavilhão polidesportivo” que servirá também a comunidade, uma lacuna que Sardoal tem neste momento.

“Se tudo correr conforme as previsões, em 2021 a escola nova de Sardoal estará em pleno funcionamento”, assegurou Miguel Borges, garantindo que o prazo de dois anos para execução das obras é razoável e que não existe razão para não ser cumprido, tal como está no caderno de encargos.

Visita à empreitada de requalificação da Escola Básica e secundária de Sardoal. Créditos: mediotejo.net

A visita às obras na Escola de Sardoal decorreu esta quarta-feira, 11 de setembro, antes do arranque do novo ano letivo, a 13 de setembro, com a presença do presidente da Câmara e do seu Executivo, os vereadores Pedro Rosa e Jorge Gaspar, e também dos vereadores do Partido Socialista, Pedro Duque e Carlos Duarte, que já haviam manifestado interesse em visitar as obras do novo parque escolar, entendendo o executivo liderado por Miguel Borges ser agora o momento adequado.

“O balanço é positivo”, afirmou Pedro Duque, lembrando que os vereadores do PS regularmente questionavam o executivo sobre o cumprimento dos prazos da obra na Escola de Sardoal.

“Através dos autos de medição foi sendo possível perceber que os prazos estavam a ser cumpridos e que a vida normal da comunidade escolar não tinha sido até aqui comprometida. No futuro foi-nos confirmado pela entidade responsável pela empreitada que essa preocupação é tida em conta e vai ser respeitada. E essas eram as principais preocupações do PS”, disse o vereador.

“Ficámos agradados. Foi possível constatar que para além de trabalharem com normalidade efetivamente é uma obra limpa e que respeita todas as condicionantes em termos de segurança”, concluiu.

Visita à empreitada de requalificação da Escola Básica e secundária de Sardoal. Créditos: mediotejo.net

Também Carlos Duarte se manifesta “contente” com o que viu. Falando do projeto refere uma melhor perceção da realidade “apesar de estar tudo muito em bruto, deu para imaginar o que vamos ter no que diz respeito aos diferentes sectores, onde funcionará o primeiro ciclo, o segundo ciclo, onde vai estar a biblioteca, o refeitório, o ginásio”.

Além disso, da conversa com os técnicos destaca a estrutura, a preocupação de aliar a engenharia à arquitetura no aspeto funcional nomeadamente quanto à eficiência energética.

“Uma das questões que coloquei foi se estavam salvaguardadas as condições de construção que permitam depois à Câmara Municipal saber com o que poder contar, nomeadamente quanto a despesas futuras. Ou seja, não queremos ter surpresas nas nossas contas correntes”, afirmou Carlos Duarte.

Visita à empreitada de requalificação da Escola Básica e secundária de Sardoal. Créditos: mediotejo.net

A opção de construir uma nova escola também para Carlos Duarte se confirmou uma boa aposta. “Há exemplos a nível nacional, em que as escolas não foram construídas de novo, mas requalificadas e neste momento estão a ter imensos problemas naquilo que foi feito. Creio que a aposta, apesar de algumas críticas no Sardoal em relação à demolição total da antiga escola, verifica-se que foi uma boa aposta se tudo vier a concretizar-se como está previsto”.

Esclarecendo que a visita “não foi um pedido do PS” mas um convite do presidente “a todo o executivo para uma visita à escola”, também “no seguimento das questões que os vereadores habitualmente colocam e das dúvidas, perfeitamente legítimas, que têm, nada melhor do que ver”, disse Miguel Borges, autarca que desde 2009 defende a construção de ”uma escola nova em Sardoal”.

Visita à empreitada de requalificação da Escola Básica e secundária de Sardoal. Créditos: mediotejo.net

Em retrospetiva, recorda que a escola de Sardoal foi construída segundo “o modelo Brandão, com uma grande elasticidade de implementação, mas foram escolas construídas há cerca de 40 anos para as necessidades dos alunos do 2º ano do ciclo, que era então o ensino obrigatório. Neste momento não responde sequer às necessidades do 6º ano de escolaridade”, fez notar o presidente.

Miguel Borges abordou ainda as alterações climáticas como justificativo da construção de uma nova escola que “afeta também o bem estar de todos os profissionais e alunos daquela escola. Por exemplo, uma criança do 1º ciclo chegava à entrada da escola e tinha de percorrer um espaço enorme até à sua sala de aula, à chuva. Começar às 9h00 a aprender completamente encharcada? Não são as melhores condições”, considera.

Com a nova escola “os alunos e os professores entram num edifício e não precisam de sair de lá para ir do refeitório às salas de aulas. Só sairão para os espaços desportivos”, explicou o presidente.

“Não será o projeto perfeito, vai estar muito longe disso, mas irá responder às necessidades de todos os profissionais e alunos, de toda a comunidade escolar”, notou.

Visita à empreitada de requalificação da Escola Básica e secundária de Sardoal. Créditos: mediotejo.net

O novo ano letivo arranca em Sardoal esta sexta-feira, 13 de setembro, com as aulas a funcionarem na parte da escola que ainda não mereceu intervenção. “Nos dois pavilhões de salas de aulas que se vão manter ainda, como o pavilhão polivalente onde está o refeitório, a secretaria, o espaço de bar, os serviços administrativos, a direção da escola, e a sala de professores, que se manterá até à conclusão do edifício novo”.

Com a demolição desses edifícios, onde nascerá o novo ginásio, “afetará com mais intensidade as aulas de educação física, mas Sardoal tem espaços, alternativas como a piscina que fica bastante perto, o parque desportivo municipal e ainda o salão dos bombeiros que os alunos utilizam também para algumas aulas. Um resposta bastante razoável segundo os professores sem prejudicar muito os alunos”.

Quanto ao novo modelo de avaliação a implementar pelas escolas do País já este ano letivo Miguel Borges afirma não ter “nenhuma indicação de alteração do modelo. Eventualmente a escola está a ponderar, o conselho pedagógico decidirá, a Câmara integra o conselho geral e a dada altura sabermos quais são as novidades. Até agora não há nenhuma novidade nesse sentido. Pelo que sei tudo irá decorrer dentro da normalidade como nos últimos anos, sem grandes novidades para já”.

Visita à empreitada de requalificação da Escola Básica e secundária de Sardoal. Créditos: mediotejo.net

No ano letivo passado a “flexibilidade curricular”, previamente testada em 225 estabelecimentos de ensino, em 2017, já tinha sido alargada a todas as escolas. Depois do projeto piloto, a portaria 181/2019, publicada em junho pelo Ministério da Educação e em vigor desde 1 de setembro, passou a permitir a todas as escolas – este ano letivo – a organizarem-se como entenderem, desde que apresentem um plano de inovação pedagógica que seja aprovado pelo governo, onde podem transitar de três períodos para dois semestres. Com uma única obrigação: as aulas têm de começar e acabar nas mesmas datas para todas as escolas e os exames nacionais também serão no mesmo dia.

Em Sardoal, o investimento total na nova escola, com equipamentos “ronda os 5 milhões de euros, financiado a 85% por fundos comunitários, há uma componente suportada pelo Ministério da Educação de 7,5% (200 mil euros) e outra de 7,5% suportada pelo Município”, detalhou o presidente, acrescentando que o investimento do Município ronda os 400 mil euros.

Visita à empreitada de requalificação da Escola Básica e secundária de Sardoal. Créditos: mediotejo.net

A nova escola irá manter as atuais valências, até porque “um dos critérios para o financiamento era esse: não podemos ir além das nossas necessidades”, contudo a escola terá “salas e laboratórios mais modernos, um pequeno auditório, um espaço polivalente mais agradável, um espaço exterior desportivo, sendo mais ou menos da mesma dimensão, ou seja, o tipo de respostas que vai dar é o mesmo que hoje tem mas de uma forma mais moderna”, sustentou Miguel Borges.

Assim, segundo o vereador Pedro Rosa (PSD), o edifício destinado ao primeiro ciclo contará com seis salas de aulas mais uma sala polivalente que no futuro cumprirá a função de laboratório de ciências naturais.

No edifício destinado ao segundo e terceiro ciclo e ensino secundário, no piso térreo haverá um laboratório de física e química, um laboratório de ciências naturais, duas salas de educação visual e educação tecnológica, uma sala de pequenos grupos que funcionará também como sala de apoio, a biblioteca com cerca de 240 metros quadrados e quatro salas destinadas ao segundo ciclo e ainda gabinete de trabalho, sala de professores, gabinete de psicologia, sala de reuniões, refeitório e bar e sala polivalente.

No primeiro andar desse edifício, cuja ideia é servir o terceiro ciclo e secundário, haverá uma sala de pequenos grupos, uma sala de tecnologias de informação e comunicação, uma sala de música e 10 salas de aulas regulares. Na rua, para servir esse edifício ainda um parque polidesportivo para várias modalidades.

O pavilhão gimnodesportivo, também preparado para várias modalidades, será um ginásio com bancadas com quatro balneários para atletas, dois balneários para equipas técnicas e professores, áreas técnicas e ainda uma sala de aula pensada para as aulas de educação física.

O novo pavilhão polidesportivo cumprirá, desta forma, duas funções: pavilhão da escola durante o tempo de aulas e fora do período letivo será um equipamento disponível para ser utilizado pela comunidade.

“Como entendemos que deve haver uma boa gestão de dinheiros públicos desistimos da ideia do pavilhão municipal. Não fazia sentido termos dois pavilhões a 300 metros de distância um do outro. A opção foi deixar cair o projeto de pavilhão municipal e o pavilhão da escola serve a comunidade fora do período letivo”, concluiu Miguel Borges.

Visita à empreitada de requalificação da Escola Básica e secundária de Sardoal. Créditos: mediotejo.net

Paula Mourato

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

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