O município propôs ao governo a delimitação de duas Áreas Integradas da Gestão da Paisagem (AIGP) em zonas já anteriormente afetadas pelos incêndios, nomeadamente em 2017, em Alcaravela, onde foi criada uma Zona de Intervenção Florestal (ZIF) no passado, mas sem resultados satisfatórios.
Miguel Borges (PSD) avançou a informação na sequência de uma pergunta do vereador Carlos Duarte (PS), sobre a situação das duas Zona de Intervenção Florestal (ZIF) criadas no concelho, nos últimos anos.
O presidente deu conta de um processo de candidatura para duas Áreas Integradas da Gestão da Paisagem (AIGP); uma em Alcaravela e Santiago de Montalegre, e outra em Sardoal e Valhascos. “Incluímos os territórios das ZIF nas AIGP. Na ZIF [de Alcaravela] não funciona absolutamente nada e, como tal, precisa de um novo modelo de gestão. Daí ter sido integrada nesta AIGP”, explicou Miguel Borges aos jornalistas, à margem da reunião de Câmara realizada a 3 de novembro.
Estas áreas estão integradas também num outro programa de gestão da floresta, especificamente do Programa de Revitalização do Pinhal Interior, “que vai muito além da floresta”, disse Miguel Borges, considerando ambos os programas “bem-vindos”.
Este último está relacionado com projetos transformadores das economias locais, “dando uma dinâmica àquilo que são os nossos potenciais, e claramente a floresta é um dos potenciais que temos em toda a região”, acrescentou.
Referiu ainda que a Câmara candidata-se às áreas mas estas serão geridas por outras entidades de acordo com um modelo que vai potenciar intervenções de fomento da agricultura e da pastorícia. “Um modelo novo que vem limar aquilo que foi o melhor que tínhamos, as ZIF. É um passo em frente”, defende.
As AIGP ficam à responsabilidade de uma entidade gestora e vão ser suportadas por um programa multifundos de longo prazo que disponibiliza apoios ao investimento inicial, às ações de manutenção e gestão ao longo do tempo e à remuneração dos serviços dos ecossistemas.
O autarca adianta que, “embora o modelo ainda esteja por definir”, os proprietários “terão sempre uma palavra a dizer”.
No caso de Sardoal, aguarda-se agora a aprovação das candidaturas para a autarquia assinar com o governo os contratos-programa que englobam as duas AIGP e juntar-se aos 47 projetos nacionais (já com parecer positivo) que abrangem quase 100 mil hectares de intervenção, em 26 concelhos, com o intuito de tornar o território mais resiliente aos incêndios.
As Áreas Integradas de Gestão da Paisagem visam, portanto, uma abordagem territorial integrada para dar resposta à necessidade de ordenamento e gestão da paisagem e de aumento de área florestal gerida a uma escala que promova a resiliência aos incêndios, a valorização do capital natural e a promoção da economia rural.