O candidato do PSD à Câmara Municipal de Sardoal, Miguel Borges, manifestou ter boas perspetivas para as eleições autárquicas ao afirmar querer que Pedro Rosa seja vereador, o que implica um reforço na votação nos sociais democratas conseguindo passar de três para quatro eleitos.
Miguel Borges, atual presidente da autarquia, apresentou-se como o cabeça-de-lista à Câmara Municipal de Sardoal pelo Partido Social Democrata, seguido de Jorge Gaspar, Patrícia Rei, Pedro Rosa – que ocupa atualmente o cargo de vereador tendo sido terceiro nas anteriores eleições autárquicas – e Cláudia Costa.
“Pedro, quero que continues vereador. Vamos trabalhar para que também tu sejas vereador. Vamos lutar até à nossa última gota de suor para que possamos ter quatro vereadores”, afirmou Miguel Borges no sábado, no inicio do seu discurso aquando da apresentação dos candidatos do PSD aos vários órgãos autárquicos no concelho.
O PSD de Sardoal não faz promessas, segundo Miguel Borges, que assume novamente a liderança de uma candidatura à Câmara Municipal numa “estratégia de 12 anos” iniciada em 2013 com “um levantamento daquilo que eram as necessidades do concelho”, estratégia essa, insiste, que “nada tem a ver” com os ciclos autárquicos”.
Para Borges estes “são, muitas vezes, castradores das políticas públicas” assumindo “uma consciência perfeitamente tranquila, de que muito fizemos” pelo Sardoal.

Contudo, o candidato do PSD foi além das fronteiras do concelho e sublinhou a importância de uma estratégia para a região. “Não vale a pena termos todos um conjunto de infraestruturas que é um custo elevado para o nosso País, apesar dos fundos comunitários. Importa perceber como podemos contribuir para a riqueza da nossa região sem que falte aquilo que é essencial para o nosso concelho. E foi isso que nós fizemos!”.
Na ocasião, Borges disse que o executivo em exercício está “sempre do lado daqueles que mais precisam” e referiu o trabalho da sua equipa pela “qualidade de vida” dos sardoalenses.
Referiu alguns exemplos da sua obra como o programa Abem, a creche municipal, a escola, a loja do cidadão ou a aposta na cultura também como fator de desenvolvimento económico. Falou na requalificação da Casa dos Almeida, da nova Biblioteca Municipal, no projeto para o novo Parque Empresarial e lamentou que a CCDR do Centro tenha excluído o financiamento ao património privado.
VÍDEO | MIGUEL BORGES, CANDIDATO PSD À CM SARDOAL:
Por último, frisou que o PSD de Sardoal prefere “perder apoios do que perder a honra e a dignidade”, acrescentando que “esta guerra não tem sido fácil”.
Nós, porque somos pessoas de bem, temos sofrido com a mentira e a falsidade que não tem absolutamente nada a ver com política mas afasta aqueles que podem ser bons políticos, afasta aqueles que possam estar por bem na política independentemente da cor que defendam porque conheci durante estes anos muita gente boa em todos os partidos políticos. Infelizmente alguns que são mais aprendizes de feiticeiros do que políticos estragam tudo”, disse, apelando aos sociais democratas para, “com muita coragem e esforço, manterem a serenidade”.

A apresentação dos candidatos do PSD iniciou com Pedro Rosa, presidente da Comissão Política de Sardoal do Partido Social Democrata, que deu conta de “um país cada vez mais litoralizado” no qual “exemplos de proximidade, persistência, resiliência e conhecimento da realidade coletiva e individual da comunidade são determinantes” no perfil dos candidatos autárquicos. São 150 candidatos, sendo a maioria independentes.
Reconheceu essas qualidades em Miguel Borges e nas suas equipas na afirmação de Sardoal. “Outros podiam ter feito diferente mas duvido que conseguissem mais e melhor”. Pedro Rosa acredita que no futuro “irão germinar as sementes para Sardoal ser um polo de atratividade”.

De seguida, interveio João Moura, presidente da Distrital do PSD, que começou por criticar aqueles que usam as redes sociais para apontar o dedo “a quem faz” felicitando aqueles que “têm coragem de dar a cara”, sendo Miguel Borges “um dos autarcas mais corajosos” de Portugal na defesa da coesão territorial e do Sardoal.
Nessa sequência, as criticas foram para a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, dizendo que a sua “tarefa fica muito aquém” comparativamente aquilo que tem sido “o trabalho” de Miguel Borges “no combate à desertificação do território”.
Abordou ainda a questão da pandemia para afirmar ser “uma excelente oportunidade humana de reflexão” no sentido de se perceber “onde está a verdadeira qualidade de vida”.

Finalizou manifestando a sua convicção nos bons resultados eleitorais do PSD nas eleições do dia 26 de setembro. “Vamos ter uma surpresa na região do Médio Tejo. Finalmente o PSD tem condições para liderar a região”, disse João Moura.
Convidada para a apresentação foi igualmente Isaura Morais, vice-presidente da Comissão Política Nacional do PSD, que também optou pela critica, mas desta vez a alguém que se encontrava no auditório do Centro Cultural Gil Vicente: Luís Marques Mendes.
“Às vezes torço-me um bocadinho quando oiço o que refere sobre a Direção Nacional do PSD, mas nunca mudo de canal”, afirmou, dirigindo-se ao comentador político, que aos domingos opina no jornal da noite da SIC.
Mas as palavras de Isaura Morais foram mais no sentido da valorização de Miguel Borges enquanto presidente de Câmara, começando por dizer que “a força do PSD está no protagonismo dos seus autarcas”.

O resultado preliminar dos censos também não foi esquecido, particularmente por ser usado pelos adversários políticos, considerando que “a tendência de Sardoal é de crescimento”, apesar de Sardoal ter perdido 10,5% da sua população nos últimos 10 anos.
E recordou um episódio, fazendo referência a Helena Freitas, na época que o socialista Eduardo Cabrita era ministro da Presidência, “não teve meios” para a “implementação de medidas de valorização e descentralização” do território. “Não podemos continuar a fazer igual na esperança de termos resultados diferentes”, notou.
Depois foram apresentados os candidatos às Assembleia de Freguesia com Paulo Casola a liderar a candidatura a Alcaravela, Dora Santos a Santiago de Montalegre, César Grácio a Sardoal e Duarte Batista a Valhascos.

Por seu lado, Miguel Pita Alves, deu conta da lista, por si encabeçada, à Assembleia Municipal, justificando a sua recandidatura com o amor à terra “com que me identifico e que me identifica fora daqui, noutros planos onde desempenho funções. Mas é também e sobretudo por acreditar neste projeto autárquico de Miguel Borges, que iniciei com ele e que quero levar até ao fim”.
Comprometeu-se em continuar a privilegiar “o diálogo e do convite à discussão” e “o esforço de aproximar a Assembleia Municipal aos munícipes” mas também à escola e aos mais novos “de forma a criar empatia”.

Por fim, Luís Marques Mendes referiu ser “um gosto” estar de novo em Sardoal “quatro anos depois”, explicando que as razões “estão todas, no essencial, ligadas a Miguel Borges […] apoiar um laranjinha é como apoiar uma pessoa da família”, afirmou.
A esta razão pessoal acrescentou ainda a obra e o futuro, sublinhando que Borges “é a dimensão moderna de um autarca” sendo que em Abrantes “amigos” de Marques Mendes anseiam pela sua candidatura à Câmara Municipal… quem sabe daqui a quatro anos.
Garantiu acompanhar, por isso, o concelho e disse saber do “apoio à habitação”, apesar do “problema demográfico”, da “redução significativa do IMI”, do “apoio ao desenvolvimento do concelho” e da “oferta cultural” como exemplo a nível nacional, incluindo no domínio religioso.