O Cais de Encontro recebe a socióloga e jornalista angolana Luzia Moniz, autora do livro ‘Silenciocracia, Jornabófias e Outras Mazelas’, no próximo dia 2 de maio, em Sardoal, no Centro Cultural Gil Vicente, numa organização da Associação de Desenvolvimento Cultural Palha de Abrantes.
Luzia é ativista interseccional, acredita na democracia como alavanca para o combate às desigualdades políticas, económicas e sociais e também liderou em Luanda, durante 5 anos, o Desk Africa da Agência Angola Press (ANGOP), antes de ser transferida, em 1989, para Portugal como delegada da mesma agência. A PADEMA, da qual é fundadora, é uma organização da Diáspora Africana em Portugal, centrada na Mulher Africana diaspórica, nos seus valores culturais e identitários com vista à sua afirmação na sociedade tendo em conta a igualdade de género e de oportunidades.
“A deceção, a desilusão, o olhar criticamente retrospetivo, são fenómenos que estão sempre no caminho de qualquer luta política, mormente de qualquer intelectual politicamente ‘engajado’. Luzia Moniz se fez indubitavelmente intelectual da, e na revolução, forjou-se nela, construiu-se politicamente nela. Pelo que, como antiga ‘intelectual orgânica’ do MPLA, pode hoje falar com propriedade do que foi ‘mal feito’ no que diz respeito à sua terra natal. E dizê-lo com as palavras de quem deu o melhor de si, e, portanto, angariou o suficiente de legitimidade histórica para poder expressar as suas deceções para com o processo político em que se fez adulta, e se dignificou como legítima filha da terra natal”, escreve Jean-Michel Mabeko-Tali no prefácio do livro ‘Silenciocracia, Jornabófias e Outras Mazelas’.
O livro será apresentado por Maria João Telles Grilo, também ela angolana.
O Cais de Encontro realiza-se em Abrantes e Sardoal, no Sr. Chiado e no Centro Cultural Gil Vicente, respetivamente. Acontece no Sardoal todas as primeiras terças-feiras do mês, e em Abrantes na terceira terça-feira do mês. Pretende ser um espaço de reflexão, de discussão, de partilha de conhecimento e de afetos e para isso assenta num modelo de organização colaborativa.