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A Câmara Municipal de Sardoal recusou aderir ao Programa ‘Vacinação SNS Local’ que conta com apoio financeiro das autarquias, através de protocolo com a Associação Dignitude. O assunto foi tema na última reunião de Câmara com o vereador do Partido Socialista a questionar o executivo sobre as razões da recusa.

Pela primeira vez, as farmácias recebem vacinas contra a gripe do contingente do Serviço Nacional de Saúde. Os encargos da administração da vacina nas farmácias vão ser assumidos pelas autarquias que adiram ao Programa ‘Vacinação SNS Local’. O secretário de Estado Adjunto da Saúde, António Lacerda Sales, referiu à Lusa que no âmbito dos acordos celebrados com o Governo, aderiram 75% do total de farmácias a nível nacional, permitindo a cobertura em 256 concelhos (cerca de 92%).

Mas os sardoalenses com 65 ou mais anos não poderão tomar a vacina gratuita para a gripe nas farmácias do concelho. O vereador do PS, Carlos Duarte quis saber as razões do executivo recusar aderir ao Programa ‘Vacinação SNS Local’ uma vez que tem como objetivo facilitar a vacinação em ano de pandemia e aliviar os centros de saúde.

O presidente Miguel Borges (PSD) explicou que o ACES Médio Tejo avançou “não haver necessidade. O Serviço Nacional de Saúde têm capacidade de resposta a esta vacinação”. No entanto, o autarca contou a sua própria experiência aos vereadores, tendo conseguido marcar vacinação para dois idosos “só para o dia 11 de dezembro. A diretora do ACES disse que não podia ser e na verdade não pode ser! Tem de haver uma gestão de recursos humanos de forma a possibilitar que as vacinas do SNS estejam disponíveis para os grupos prioritários”.

O protocolo indica que a vacinação contra a gripe seja realizada até ao dia 31 de dezembro de 2020, sendo que na primeira semana da segunda fase da campanha de vacinação contra a gripe, o Governo disponibilizou 10 mil doses de vacinas para os profissionais das farmácias comunitárias administrarem em pessoas com idade igual ou superior a 65 anos.

“Numa situação normal”, observou Miguel Borges. “Mas estamos numa situação de pandemia e o objetivo é antecipar a vacinação de forma a prevenir as pessoas para que não haja confusão entre gripe e covid. Este protocolo até final de dezembro não faz sentido”, afirmou.

No entanto, o presidente disse saber que a situação “já está a ser alterada. Fui ao centro de saúde e perguntaram da possibilidade da Câmara ajudar no transporte de médico para Alcaravela e também sobre a possibilidade de apoiarmos no transporte do pessoal de enfermagem mais um dia por semana precisamente para fazer vacinação. Ou seja, estas datas estão a ser recalendarizadas para dar resposta”.

Miguel Borges assume perceber a pertinência do Programa ‘Vacinação SNS Local’ “nos grandes centros urbanos para aliviar os centros de saúde”, contudo, “em Sardoal, essa análise foi feita” e “na nossa dimensão esta situação não se justifica”, defendeu.

Para o presidente da autarquia, a decisão de recusar não se prendeu com custos financeiros, tendo em conta que as autarquias comparticipam financeiramente a administração das vacinas nas farmácias até 2,25 euros por cada ato. “Na nossa realidade seria um número reduzido de pessoas necessitadas”, afirmou.

Habitualmente, a campanha de vacinação começa apenas em 15 de outubro, mas este ano arrancou mais cedo devido à pandemia de covid-19.

Além das vacinas gratuitas para as pessoas incluídas nos grupos de risco, haverá vacinas à venda nas farmácias que podem ser compradas com receita médica e são comparticipadas.
O SNS comprou este ano mais de dois milhões de vacinas da gripe a duas empresas diferentes, por concurso público, mas todas as vacinas são iguais.

A gripe é uma doença contagiosa e que geralmente se cura de forma espontânea. As complicações, quando surgem, ocorrem sobretudo em pessoas com doenças crónicas ou com mais de 65 anos.

Com Lusa

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

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