Na reunião de executivo camarário sardoalense, que aconteceu hoje à tarde no salão nobre dos Paços do Concelho, o vereador Fernando Vasco (PS) congratulou-se com a medida que havia sido tomada pelo atual governo de António Costa, medida essa que dita a entrada em vigor do desconto de 15% nas portagens em algumas auto-estradas do país. O presidente da Câmara, Miguel Borges (PSD), disse que o anúncio “peca por pouco”, tendo defendido que o ideal era a “abolição” das portagens.
A medida, a ser aplicada a partir de dia 1 de agosto, é justificada por critérios de convergência económica e coesão territorial referente ao caso das portagens nas autoestradas A23 (Torres Novas – Guarda), A22 (Lagos – Vila Real de Santo António) e A24, entre Viseu e a fronteira de Vila Verde de Raia, no município de Chaves.
No período antes da ordem do dia, o vereador socialista salientou esta medida com agrado, dizendo que “é uma notícia que tem muito a ver com o Interior, e que tem a ver com o Sardoal”. O socialista acrescentou que “é uma boa medida, mais uma boa medida deste governo, que vai favorecer o Interior, designadamente aqui a zona do Sardoal, na medida que sendo mais barato os custos, outras empresas, os particulares, tudo sai mais barato, no fundo aproximando de certa maneira o Litoral ao Interior”.

O vereador da bancada de oposição do executivo sardoalense relembrou que desde 2001 apenas tinham sido repostas os ordenados dos funcionários públicos e dos aposentados, acrescentando que “também isso este governo já conseguiu recuperar em parte, esperando-se que este ano seja recuperado na totalidade”.
Já o presidente da CM Sardoal, Miguel Borges (PSD) assumiu discordar da posição de Fernando Vasco, considerando ser uma medida que “peca por pouco”.
O autarca frisou que “15% é pouco, não tem nada a ver com aquilo que são os nossos objetivos. Não tem nada a ver com aquilo que foi uma carta que fizemos ao governo, nós pedimos isenção, assim como o PS enquanto oposição era isso que pedia”, fazendo notar que “entre Torres Novas e Guarda, dá uma redução de cerca 2 euros, o que em termos de show off é muito, mas em termos de desenvolvimento e de impacto na nossa economia não é tão grande como querem fazer querer”, disse.
Miguel Borges, do Partido Social-Democrata, acredita que “o negócio da A23 foi um negócio ruinoso para o país, um negócio do qual todos nós estamos a pagar”, na medida em que resulta de um conjunto de parcerias público-privadas e “más políticas” que não permitem, na sua ótica, a isenção de portagens na A23.

O social-democrata relembrou, em declarações ao mediotejo.net, que enquanto vice-presidente da câmara municipal (até setembro de 2013, altura em que ganhou as eleições autárquicas pelo município de Sardoal), apresentou uma moção “onde sugeria – concordando com a posição do PS na altura, e recordo que o PS estava na oposição – a abolição das portagens na A23, estávamos todos de acordo em relação a isso. É claro que, o que acontece agora é uma redução de 15%, na minha maneira de ver isto (…) é pouco”, na medida em que defende ser “melhor do que nada, mas é muito pouco em relação àquilo que é a necessidade de desenvolvimento do Interior. 15% refere-se a cerca de 2 euros entre Torres Novas e a Guarda, mas se pensarmos em Abrantes-Torres Novas, Sardoal-Torres Novas, Mação-Torres Novas ou Mação-Guarda, é claro que estamos a falar de 1 euro ou menos de redução. Não me parece que seja por aqui que vamos dinamizar a nossa economia, a economia do Interior, e criar/fixar mais empresas. É um sinal, espero que vá de encontro àquilo que era a proposta e os objetivos do PS enquanto partido de oposição, que era a abolição das portagens”.
O presidente de câmara fez notar ainda que “este Governo está a fazer um grande esforço, criando até uma unidade para o Interior, está a tentar que este desnivelamento que existe entre o Interior e o Litoral – ou seja, temos o país inclinado para o Litoral – termine”.
“Há claros sinais por parte deste governo para que esta tendência se altere. Tenho de ser justo ao dizê-lo, sou sincero, coisa que eu não vi no governo anterior”, assumiu o autarca.