Ensaios da peça "Daqui Fala o Morto". Foto: Maria João Newton

Artur Valdez é assassinado na sua casa. A polícia tenta encontrar o culpado e as peças que vai reunindo formam um puzzle de… gargalhadas. Sabe do que falamos? Eis o enredo da comédia de Carlos Llopis que inspirou a nova produção teatral do GETAS. A peça “Daqui Fala o Morto” é apresentada ao público este sábado à noite e domingo à tarde no Centro Cultural Gil Vicente e ficámos a conhecê-la pelas palavras de Cristina Cura do, presidente do grupo cultural sardoalense, e do encenador Nuno Loureiro.

A estreia de “Daqui Fala o Morto” pode considerar-se dupla se considerarmos que é interpretada por um grupo renovado de atores que Cristina Curado carateriza de “muito jovem e cheio de garra” e sobre os quais acredita que se vai “ouvir falar muito”. As idades oscilam entre os 10 e os 70 anos, facto que Nuno Loureiro encarou como um “desafio muito enriquecedor e de aprendizagem permanente”, sem deixar de destacar o empenho que encontrou.

A presidente do GETAS junta-se a Cláudia Inácio, Daniela Dias, Gonçalo Ambrósio, Inês Carboila, João Barrocas, José Pedro Simões, Liliana Venâncio, Maria Alice Silvestre, Maria Falcão Ramos, Paulo Costa, Sílvia Gil, Tomás Grácio e Vasco Ambrósio para dar corpo às personagens deste enredo policial que gira em torno das peripécias geradas por Jerónimo, o duplo do famoso ator assassinado que a polícia decide contratar.

Ensaios da peça “Daqui Fala o Morto”. Foto: Maria João Newton

De dupla passa a tripla uma vez que Nuno Loureiro aceitou o convite do GETAS e incluiu o Sardoal na longa lista de locais nacionais e internacionais por onde tem passado durante o seu percurso artístico. Uma nova experiência como encenador viria então a juntar-se a muitas outras, a par das que teve como intérprete de teatro, cinema, televisão e publicidade, cantor, locutor e voz de desenhos animados, dramaturgo e docente na área teatral.

A história começou antes e o primeiro encontro aconteceu na Federação Portuguesa de Teatro, onde o encenador dá formação a novos atores nos Fóruns Nacionais de Teatro. Correu bem e levou a que este reencontro tivesse deixado Nuno Loureiro “contente” e se afigurasse como óbvio para o grupo teatral devido “à proximidade e amizade de cerca de 10 anos” entre ambos.

Ensaios da peça “Daqui Fala o Morto”. Foto: Maria João Newton

A escolha da comédia de Carlos Llopis gerou consenso entre a direção que queria ir ao encontro da “vertente teatral que a população sardoalense mais aprecia” e um texto que o Nuno Loureiro conhece bem e aprecia pela “forma cómica de retratar o suspense e crime utilizada pelo autor”. Texto escolhido, faltava o elenco e esse surgiu depois do workshop em janeiro com o encenador, levando-o a adaptar a história original aos participantes.

No mês seguinte começavam os ensaios quinzenais, aos fins-de-semana, que se foram ajustando ao calendário dos testes, viagens escolares e exames finais de ano dos atores mais novos. Cinco meses depois, chegaram as férias de verão e a nova peça que, segundo Cristina Curado, se distingue das produções anteriores “pelas caras novas e juventude maioritária, que compõe o elenco, e desse modo, impõe uma grande dinâmica em palco”.

Ensaios da peça “Daqui Fala o Morto”. Foto: Maria João Newton

As expetativas de Cristina Curado e Nuno Loureiro para a estreia desta nova produção – que tem como parceiro o município do Sardoal e o apoio do INATEL e da Federação Portuguesa de Teatro Amador – são elevadas. De preferência, “casa cheia” a partir das 21h30 de sábado e das 16h30 de domingo, onde o público irá encontrar, segundo Nuno Loureiro, “uma comédia cheia de suspense, humor cáustico, mas acima de tudo, muito trabalho de um elenco bastante grande para dar vida a personagens muito cativantes” e que podem ser conhecidas nos vídeos que o GETAS tem partilhado na sua página de facebook.

Sónia Leitão

Nasceu em Vila Nova da Barquinha, fez os primeiros trabalhos jornalísticos antes de poder votar e nunca perdeu o gosto de escrever sobre a atualidade. Regressou ao Médio Tejo após uma década de vida em Lisboa. Gosta de ler, de conversas estimulantes (daquelas que duram noite dentro), de saborear paisagens e silêncios e do sorriso da filha quando acorda. Não gosta de palavras ocas, saltos altos e atestados de burrice.

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