Num ambiente descontraído, no campo relvado no Parque Ribeirinho, foi apresentado a 2 de junho o projeto “Observação de Aves no Paul do Boquilobo e Rota dos 5 Rios para E-Bikes”. São seis trilhos pedestres e de bicicleta que, através de uma app, vão dando a conhecer pontos turísticos, históricos, culturais e paisagísticos da região. Uma bicicleta elétrica e um telemóvel é tudo o que é preciso para embarcar nesta aventura.

O projeto da Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Norte (ADIRN) tem sido apresentado em várias localidades e na sexta-feira foi a vez de Vila Nova da Barquinha e da Rota do Tejo, que se inicia no Fluviário da Foz do Zêzere, na Praia do Ribatejo.

Esta rota pretende oferecer uma experiência que combina o andar de bicicleta elétrica com a beleza natural da região, em particular os rios Almonda, Alviela, Nabão, Nascentes, Tejo e Zêzere, e o Paul do Boquilobo, uma reserva natural da biosfera, que abriga uma grande variedade de espécies de aves.

Jorge Rodrigues, coordenador geral da ADIRN e Sónia Pereira, embaixadora do projeto. Foto: mediotejo.net

Jorge Rodrigues, coordenador geral da ADIRN, falou sobre a iniciativa como um projeto “simples” com vertentes dinâmicas, frisando que a “as rotas serem feitas em bicicletas elétricas é um opção cada vez mais firme”.

Para começar a aventura é apenas necessário ter uma e-bike e um telemóvel, com acesso à aplicação, concebida por uma startup sediada no concelho de Vila Nova da Barquinha, tal como todos os conteúdos de promoção do projeto.

A aplicação tem três linhas de conteúdos. “Observação de aves, não só no Boquilobo, mas ao longo de todos os percursos, com a possibilidade do registo das observações feitas por cada um; registo da oferta turística, que ainda está em carregamento, mas vamos ter disponíveis os alojamentos, restaurantes, pontos turísticos para o utilizador com app conhecer essa oferta; e, as rotas, que são completamente virtuais, sem marcações no terreno”, explica Jorge Rodrigues.

ÁUDIO | Jorge Rodrigues, coordenador geral da ADIRN

No caso da rota do Tejo, esta começa no Fluviário da foz do Zêzere, na Praia do Ribatejo, e termina no Paul do Boquilobo, como todas as outras. O objetivo é que a rota seja feita, sempre que possível, pela rota 12 do Tejo, em bicicleta elétrica. Caso não seja possível, de forma a não incomodar os utilizadores pedestres ou para facilitar o próprio utilizador da aplicação, devido a percursos demasiado estreitos, é recomendada uma alternativa.

A ideia é cada um fazer a rota individualmente e registar as suas observações na aplicação, consoante vão explorando os locais, aves e as paisagens envolventes. “Nestes pequenos eventos queremos mostrar que há diversas coisas que as pessoas podem fazer, para quem vem passear de bicicleta, ou visitar o território. Sendo assim, acrescentamos a opção dos percursos terrestres, observação das aves, das atividades de bem estar. Hoje vamos ter uma pequena mostra de meditação”, acrescentou o coordenador.

Sónia Pereira foi escolhida para ser a embaixadora do projeto, apaixonada pela água, afirmou ser um desafio que abraça para divulgar a beleza dos rios e de toda a paisagem envolvente, um verdadeiro cenário paradisíaco. “É uma experiencia única que combina a aventura de andar de bicicleta com a beleza natural da região e os rios – Alviela, Zêzere, Nabão, Almonda, Tejo e Nascentes – do ribatejo norte, conhecendo as aves que habitam nas regiões e saber mais sobre eles”, notou a embaixadora.

Sónia Pereira, embaixadora; Jorge Rodrigues, coordenador geral ADIRN; Fernando Freire, Presidente CM Barquinha e Paula Pontes, vereadora CM. Foto: mediotejo.net

Na apresentação esteve também presente Fernando Freire, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, que louvou o projeto como “um trilho único em Portugal”, devido à sua grande herança cultural, histórica e de natureza.

A linha da rota atravessa localidades como Tancos, Vila Nova da Barquinha, Pedregoso, São Caetano, Golegã e Quinta do Paúl do Boquilobo e passa por locais turísticos como o Fluviário Foz do Zêzere, Castelo de Almourol, Convento N.ª Sr.ª do Loreto, Jardim Ribeirinho e Cais de Tancos, Barquinha Parque, Quinta e Castelo da Cardiga e Casa-Estúdio Carlos Relvas, terminando na reserva natural do Boquilobo.

Começamos com a foz do rio Zêzere, que ficou “a ver navios, quando as invasões francesas demoraram dois dias e meio a atravessar o rio, e permitiu que família real embarcasse paras as ilhas e depois para o Brasil”, contou o edil.

“Depois passamos pela ponte de Eifell, na Praia do Ribatejo, a primeira ponte ferroviária, construída em Portugal, em 1862. De seguida, temos as cegonhas que ali ficam e mais adiante no cais de pai-avô, onde podemos ver um grande número abundante de aves selvagens, corvos-marinhos, que ali repousam numa rocha em frente do rio Tejo”, adiantou Fernando Freire.

No percurso, a Fonte da Galiana é contemplada, contudo esta ainda está a ser recuperada e por inaugurar. É uma fonte com muitas lendas e histórias da gente de “paio de pelle” (Praia do Ribatejo). “Por entre postes e túneis, alguns de canas, vemos paisagens magnificas, e vamos também encontrar a estação hidrométrica, onde era medido o caudal do rio tejo, no inicio do século 20”, acrescentou.

O autarca barquinhense destacou ainda mais locais por onde passa o trilho do Tejo, como o castelo de Almourol (o único numa ilha em Portugal), o Convento do Loreto, ou o Cais de Tancos, abraçando do outro lado o Arripiado. Depois, já na Barquinha, a oficina do calafate, o Parque de Escultura Contemporânea Almourol e a Quinta da Cardiga.

“A paisagem é magnifica. Deve haver em Portugal dentro destes km poucas paisagens como esta, em termos de cultura e de importância histórica”, frisou.

ÁUDIO | Fernando Freire, Presidente da Câmara Municipal da Barquinha

Após a apresentação, os participantes tiveram direito a um transfer para a rota de e-bike, com início do percurso na Praia do Ribatejo, com duração previsível entre uma hora e meia e duas horas, numa distância de 25 km.

Entre caminhos de terra batida, lamacentos, ou com gravilha e/ou alguns elementos soltos, com ou sem declive e também de estrada asfaltada onde o troço poderá ser coincidente com circulação automóvel e sem ciclovia definida, esta é uma rota de fácil execução em qualquer época do ano, com bicicleta elétrica, à exceção de época de cheias, em que poderá ficar intransitável e/ou escorregadio nas zonas ribeirinhas.

Pelas 12h, os participantes fizeram uma paragem no Parque Ribeirinho, onde decorreu uma oficina de observação de aves e uma oficina de wellness – ioga e meditação –, seguida de um piquenique com produtos locais. A atividade terminou com uma oficina de Ecokayak de Constância a Almourol, às 13h00, e uma Oficina de Walking.

Natural de Vila Nova da Barquinha, tem 25 anos e licenciou-se em Ciências da Comunicação pela Universidade da Beira Interior.

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