O pintor Massimo Esposito prossegue a sua apresentação de artistas do Médio Tejo.
Sara Pinheiro é uma jovem artista de Tramagal. Conheci-a há alguns meses, já trabalhei com ela e devo dizer que estou impressionado com o profissionalismo e vontade de se expressar em múltiplas facetas e por isso a vou apresentar ao público do Médio Tejo. Podem encontrar o trabalho dela no Instagram @romie_art
Nome, idade e onde moras?
Romie aka Sara Pinheiro, tenho 25 anos e atualmente vivo entre as zonas de Caldas da Rainha e Abrantes.
Quais são as tuas habilitações literárias, curso ou percurso académico?
Sou Licenciada em Artes Plásticas desde 2019, presentemente frequento o segundo ano de Mestrado de Artes Plásticas.
Já fizeste exposições ou participastes em eventos artísticos?
Participo em exposições e eventos artísticos desde 2014, no último ano participei nas seguintes mostras:
- Jornal ”If it talks like a duck and walks like a duck, it’s a duck”, #1. Fotografia, auto-retrato “Looking at yourself, being yourself”. Publicação de livros de artista e publicações independentes.
- Scroll, Episodio 1- A era da desinformação. Fotografia e instalação. Scroll RTP.
- Linha de fuga. Instalação Van Gone. Centro Cultural De Cascais, Fundação D.Luis, Cascais-Lisboa.
- Poster Mostra 2021 6ª Edição. Fotografia, poster, Life in plastic, It’s fantastic. Poster mostra, Poço do Bispo, Marvilla-Lisboa.
- Cubículo, a saída. Video, 66/2020. Cubículo, Esad.Cr, Exposição Online.
- MUSOUCRIADORA. 5 peças Fotografia, 1 peça Instalação. Arts festival He for SheX AE FBAUL, Sociedade Nacional de Belas artes, Lisboa.
- Semana da mulher. Fotografia. Associação de estudantes Flul, Exposição online
Qual a tua área artística? Podes falar um pouco da tua arte e do que gostas de fazer?
Enquanto artista posiciono-me como um catalisador do meu tempo, encaro a arte como uma extensão da experiência de vida. Abordo questões de fluidez de identidade, género e intimidade. Exponho e ponho em causa clichés socioculturais, referendos estereotipados, e os diferentes papéis que desempenhamos na vida. Com uma abordagem híbrida entre os krafts e o digital, trabalho fotografia, vídeo, pintura, desenho, livros de artista, instalação e performance.
O que achas que na nossa região poderia ser feito para ajudar os artistas locais e qual a advertência ou sugestão que davas a quem deveria ajudar os artistas e a quem deveria ser entregue (presidente da Câmara, vereador da cultura, presidente de associação artística, outros…)
Criação de situação e espaços para os artistas exporem, produzirem e partilharem com a comunidade. As artes, a cultura, refletem a sociedade e a realidade que a mesma vive. É então imperativo que a relação social entre o cidadão comum e a arte seja facilitada e estimulada. A arte tem o poder de criar pontes, relações. Esta pode também ser feita pela população e para a população, e desempenhar um papel de veículo de criação de vínculos, pensamentos e movimentos. O meu conselho é que tragam a arte para a rua, para a comunidade.
Qual a tua mensagem artística?
Tenho várias mensagens que tento passar, pois a arte para mim tem também uma função social. Levanto questões relacionadas com a fluidez de identidade, género e intimidade, estabeleço relações entre opostos, jogando com objetos ou situações que nos são familiares. Crio atmosferas, identidades, ambientes e utopias imersivas onde o espectador tem acesso a diferentes realidades, que não passam de diferentes ângulos, diferentes pontos de vista da mesma cena.
Que conselho darias a futuros colegas?
Aos meus futuros colegas aconselho a que não limitem o seu trabalho e processos artísticos às famosas caixinhas da arte. Vivemos uma realidade contaminada fluida, híbrida. Pelo que devem fazer uso sem medo do pincel, do lápis, da lente, do escopro, do corpo… Devem deixar o processo guiar o trabalho, não se limitando a técnicas ou materiais. Para assim poderem chegar a um conteúdo real com presença.