Um campo de refugiados é atacado por um grupo armado. Os capacetes azuis responsáveis pela segurança do local respondem de imediato ao fogo inimigo, eliminando a ameaça. “Na troca de disparos, houve um ferido das nossas forças que foi rapidamente evacuado para a retaguarda, para a ambulância, e no final foi pedido ao meio aéreo que estava disponível para realizar a sua evacuação sanitária, para que este militar pudesse ser rapidamente tratado”, explica o capitão Martins ao mediotejo.net.
O cenário é bastante realista, mas só daqui a algumas semanas a guerra será real para os 215 militares que vão integrar a 12ª Força Nacional Destacada no quadro da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização na República Centro-Africana (MINUSCA), constituída maioritariamente por militares do Regimento de Infantaria nº15, em Tomar. Esta semana, entre 3 e 7 de outubro, realizaram o teste final de aprontamento e de certificação em Tancos, com o exercício Bangui, promovido pela Brigada de Reação Rápida.
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Segundo o oficial, a força portuguesa será o “braço forte” da missão, e só será utilizada “quando estritamente necessário”.
Este exercício e operação visou a avaliação e certificação da força que irá partir em breve e envolveu três pelotões da unidade de manobra (91 militares), uma unidade de controlo aéreo (3 militares), uma unidade de “road clearance” com duas viaturas (8 militares), e o apoio sanitário, que contou com um médico, dois enfermeiros e dois socorristas, sendo que no total estiveram envolvidos no terreno cerca de 120 militares.
Para a RCA serão projetados 215 militares –14 dos quais mulheres – sendo que o tempo de missão, à semelhança das anteriores, será de seis meses.
“Cada força faz seis meses de aprontamento e seis meses no teatro de operações [na República Centro Africana] e depois é retraído para território nacional novamente”, explicou o capitão Martins, o qual considera que estes exercícios preparatórios são “bastante importantes” para o treino da força e para “perceber quais os meios necessários para esta poder ser projetada para o teatro” de operações.
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No final do exercício, o capitão Martins enalteceu a importância de Portugal estar inserido nas Nações Unidas e de contribuir para esta organização, tal como contribui para a NATO, cumprindo com os protocolos internacionais estabelecidos.

A RCA caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do ex-Presidente François Bozizé por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-Balaka.
Portugal está presente na RCA desde o início de 2017, no quadro da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização na República Centro-Africana (MINUSCA).
Este teste final de aprontamento e de certificação da 12ª Força Nacional Destacada Conjunta para ser empregue como Quick Reaction Force (QRF) da United Nations Multidimensional Integrated Stabilization Mission in the Central African Republic (MINUSCA), missão a realizar na República Centro Africana (RCA), decorreu entre os dias 3 e 7 de outubro, nos concelhos de Vila Nova da Barquinha, Constância e Chamusca, em áreas urbanas e rurais.
Portugal integra a missão da ONU na RCA (Minusca): atualmente, de acordo com dados disponibilizados pelo Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) na sua página oficial, estão empenhados na RCA 193 militares portugueses e 45 meios.
Também na RCA, mas no âmbito da missão de treino da União Europeia (EUTM-RCA), estão atualmente empenhados 21 militares.
O meu filho também vai agora no mês que vem será que é muito perigoso?