O vereador do PSD na Câmara de Tomar, Tiago Carrão, alertou para a redução do número de inscrições na Escola Profissional de Tomar (EPT), tendo questionado se o executivo de maioria PS teria conhecimento da situação e o que pretende fazer no futuro para responder a esta questão. Hugo Cristovão (PS) indicou a concorrência pelo ministrar dos cursos entre a escola pública e as escolas profissionais.
“Vimos (…) o agravar de uma situação que já temos vindo a falar ao longo dos últimos meses repetidas vezes, sobre a Escola Profissional de Tomar, nomeadamente o número de alunos para este ano letivo que diminuiu bastante. Neste momento temos poucas dezenas de alunos. Saber aqui concretamente (…) se o município estava a par deste decréscimo acentuado neste ano letivo e se foi tentada alguma solução ou mais importante, o que é que está a pensar para o futuro ou se no próximo ano letivo temos menos 20, menos 30 e fecha a escola”, questionou.

ÁUDIO | Tiago Carrão, vereador na Câmara Municipal de Tomar
A resposta surgiu por parte do vereador Hugo Cristóvão que disse estar a par da situação e que a principal razão se prende com “aquilo que passou a ser a existência de ensino profissional na escola pública em todos os agrupamentos escolares do concelho, de todos os concelhos e, portanto, de certa forma uma concorrência desleal com as escolas profissionais”.
“Volto a repetir que não se passa só em Tomar, passa-se no país e estão a desviar (…) nos locais onde o ensino profissional existia há mais tempo, da forma que não é talvez tão cuidada”, afirmou.

Para o vereador, a responsabilidade da abertura de cursos é “de várias instituições, do Ministério de Educação, do Ministério do Emprego e Formação Profissional, da Agência Nacional para as Qualificações, um conjunto de instituições que versa sobre isto”.
No território do Médio Tejo, Hugo Cristóvão sublinha que a Comunidade Intermunicipal tem realizado esforços na coordenação, no entanto, afirma existir uma “concorrência desleal”.
“Os alunos aos 15/16 anos e as suas famílias, se calhar não estão na posse da melhor informação para tomar essa decisão e optam por ficar onde já estão, junto dos seus colegas e do espaço que já conhecem”, refere.

Embora esteja consciente da situação, Hugo Cristóvão afirma que “combater isto é muito difícil, por mais marketing que se faça e tentativas de chegar aos novos alunos e às suas famílias”. Para o vereador o esforço que tem vindo a ser realizado pela EPT é “um pouco inglório”, num panorama que se afigura difícil.
ÁUDIO | Hugo Cristóvão, vereador na Câmara Municipal de Tomar
“Não há magia, receitas para isto, não se pode obrigar as famílias e os seus alunos a escolher aquilo que, independentemente das razões, não querem escolher. Portanto, este é o cenário e se não houver forma de inverter aquilo que é esta tendência, em Tomar e nos outros locais, o futuro pode não ser muito interessante”, conclui.