Três protocolos foram assinados para a dinamização dos percursos pedestres de Mação e levar a modalidade de orientação até aos alunos do concelho, ajudando inclusivamente na disciplina de Geografia. O projeto envolve o COA, Agrupamento de Escolas, Câmara Municipal, Associação Rotas de Mação e Associação de Pais.
“Quando a Associação Rotas de Mação se constituiu percebemos que era uma associação diferente porque não se limitava a olhar numa única orientação”. As Rotas “pretendem ser um contributo decisivo para a qualidade de vida do concelho de Mação”, começou por dizer José António Almeida, diretor do Agrupamento de Escolas de Mação, na noite de sexta-feira, 25 de março, aquando da assinatura de três protocolos que envolveu não só o Agrupamento mas também a Câmara Municipal, a própria Associação e o Clube de Orientação e Aventura de Abrantes (COA). Três protocolos que irão beneficiar essencialmente as alunos do Agrupamento de Escolas, acrescentou o diretor.
Foi assim assinado, nas instalações da sede do Agrupamento de Escolas, três protocolos de cooperação entre o Agrupamento, a Câmara Municipal e as entidades referidas tendo em vista contribuir para o desenvolvimento de atividades nos domínios desportivo, lúdico e outros que possam contribuir para os objetivos propostos pelas instituições.
“O principal protocolo envolve cinco entidades, em primeiro lugar a Câmara Municipal porque legitima de uma forma ímpar todo este enquadramento porque se responsabiliza por acolher, agregar estas entidades e suportar alguns custos neste processo”, disse o diretor.

A assinatura dos protocolos contou com as presenças do Clube de Orientação e Aventura de Abrantes, através de Artur Oliveira, que traz “a componente técnica” aos projetos, de Ana Filipa Heitor, em representação dos encarregados de educação dos alunos do concelho, o presidente da direção das Rotas de Mação, Leonel Mourato, e o presidente da Câmara Municipal de Mação, Vasco Estrela.
ÁUDIO | DIRETOR DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS, JOSÉ ANTÓNIO ALMEIDA
Para assinar o primeiro protocolo, um acordo de parceria firmado entre a Escola e a Federação Portuguesa de Orientação, esteve José Oliveira, com vista “a legitimar muita da nossa atividade de orientação, que dá um contributo importante para um conjunto de disciplinas como por exemplo a Geografia que vai ganhar imenso”, explicou o diretor sugerindo que no futuro próximo possam colocar “a orientação como uma disciplina do desporto escolar”.
O segundo protocolo, de cooperação, firmou-se entre duas entidades, a Câmara Municipal de Mação e a Associação Rotas de Mação, havendo “um reconhecimento” por parte da autarquia “do papel que a Rotas podem desempenhar”. Este documento é uma adenda ao já existente, de modo a prolongar o protocolo de três para quatro anos.

E por último o protocolo assinado pelas cinco entidades representadas com vista à criação de “um conjunto de sinergias que nos permite articular de uma forma que vai satisfazer um conjunto de necessidades complementares. As Rotas podem e devem aproveitar toda uma rede de contactos, de conhecimentos, todo um know how que pode ser um contributo importante para a qualidade de vida do concelho de Mação”, referiu ainda o diretor.
Por exemplo “ficou decidido que podemos fazer na escola seminários temáticos, o primeiro poderia ser já sobre o desenvolvimento económico. E depois passar para a parte cultural, desportiva, criativa, turística porque essa é a principal função das Rotas. Vão assumir-se pela diferença exatamente pela amplitude, pela abrangência que farão”, referiu igualmente José António Almeida.
ÁUDIO | ARTUR OLIVEIRA, COA:
Em representação do COA, Artur Oliveira sublinhou a importância da pratica de outras modalidade “no país do futebol” onde modalidades “como a orientação que tanto ajudam as crianças nos eu desenvolvimento quer físico quer psicológico acabam por estar um pouco esquecidas. Trazer a orientação para as escolas para nós é muito importante” até para o desenvolvimento de futuros atletas “quem sabe”, disse.
ÁUDIO | PRESIDENTE ASSOCIAÇÃO DE PAIS, ANA FILIPA HEITOR:
Também Ana Filipa Heitor, presidente da Associação de Pais do Agrupamento de Escolas de Mação, considera que o protocolo assinado pode fazer a diferença na vida escolar dos alunos.
“Todos os desafios que possam ser feitos à Associação, que sejam diferentes, de um desporto dito normal. Também temos algumas modalidades que não são as normais mas têm sido boas apostas, apostas de sucesso e penso que esta será mais uma. A orientação faz todo o sentido, vai ajudar as nossas crianças de uma forma muito lúdica desde o jardim de infância”, afirmou a presidente em representação dos encarregados de educação.
Por seu lado, Leonel Mourato explicou a diferença que as Rotas de Mação trazem para a comunidade.

ÁUDIO | PRESIDENTE ROTAS DE MAÇÃO, LEONEL MOURATO:
“Queremos melhorar e unir o concelho de outra maneira. As Rotas não inventaram nada, as coisas existiam, estavam feitas. O que fizemos foi fazer pontes” ou seja, ligar os projetos existentes e “criar um sentimento de grupo, de partilha e de escala. Esse é o nosso segredo”, afirmou.
Mourato disse ainda que a ideia passa por trazer, em junho, investidores a Mação no sentido de “fazer parcerias entre esses investidores e os empresários industriais ou empresários do alojamento. Criar sentimento de grupo”. Leonel Mourato deu conta também da ambição de trazer um comboio turístico para a Beira Baixa, ideia que foi levada à Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo. Leonel garante que a CP já está a estudar a possibilidade, “um modelo comercial” sendo um modelo Miradouro, para circular entre o Entroncamento e Castelo Branco.
Recorde-se que a sede da Associação Rotas de Mação é a Escola sede do Agrupamento de Escolas de Mação e que em 2015 a UNESCO escolheu Mação como a “cidade da aprendizagem”.

ÁUDIO | PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL, VASCO ESTRELA:
Por último, o presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela, sublinhou a importância “do envolvimento da comunidade escolar, com o Município, com uma associação, com a associação de pais” no fundo uma tentativa de “responder positivamente àquilo que são os apelos da sociedade civil e nomeadamente das associações”.
Vasco Estrela admitiu que “o tratamento dado às Rotas” está relacionado com a sua vontade política mas também com o seu “compromisso com as pessoas” do concelho de Mação. Sublinhou que “o tratamento dado às Rotas é equitativo relativamente ao tratamento de outras associações tendo em consideração a especificidade de cada uma delas”, negando a existência de qualquer “apadrinhamento especial relativamente àquilo que as Rotas fazem” ou sequer a existência “algumas segundas intenções”.
Vinca que o apoio prestado “é escrutinado por muitas pessoas e entidades, em particular pelos munícipes” do concelho, “é o tratamento que achamos adequado e proporcional ao trabalho desenvolvido pelas Rotas de Mação”.
Vasco Estrela sublinhou, ainda, que as Rotas não são uma dependência da Câmara Municipal, ou seja “complementam o trabalho da Câmara Municipal mas têm autonomia” referindo que o “retorno tem sido extraordinariamente positivo”.
Por isso, o presidente deu conta de um “elevar da fasquia”, o que “responsabiliza cada vez mais” a Associação Rotas de Mação. Por fim assegurou que as entidades presentes “podem continuar a contar com a Câmara. Cumpram o vosso papel que nós cumpriremos o nosso”.
Seguiu-se um jantar, no restaurante pedagógico da Escola Verde Horizonte, preparado pelos alunos do Curso de Cozinha e Pastelaria da Escola de Mação sob a orientação dos chefes Bárbara Vieira, Raquel Rosa e Luís Tiago. O menu foi composto por uma sopa de ervilha com queijo de cabra fresco e presunto, polvo com broa, pera e redução de vinho, entrecote e batata ao cogumelo e para sobremesa texturas de avelã.
O jantar mereceu apontamentos musicais de fado com Francisca Correia acompanhada por José Catarino e Manuel Henrique Correia e o espetáculo “Diálogo entre o amor e eu … numa noite em Mação” pela soprano Regina Dinis.