O Fórum Florestal – Estrutura Federativa da Floresta Portuguesa, reclamou hoje o regresso de uma Secretaria de Estado das Florestas ao Governo, afirmando que a sua inexistência significa um retrocesso de mais de uma década para o setor.

“Em outubro de 2014, o secretário de Estado em funções demitiu-se e, surpreendentemente, não foi nomeado substituto, estando hoje a floresta novamente diluída pelos diversos departamentos do Ministério da Agricultura”, disse à agência Lusa o presidente do Fórum Florestal, António Louro, que também preside à Aflomação, Associação de Produtores Florestais de Mação.

“Este é um retrocesso de uma década no desenvolvimento florestal, pelo que os produtores afirmam a uma só voz que querem a Secretaria das Estado das Florestas de volta”, vincou o dirigente.

LOURO1O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou em outubro de 2014 que Francisco Gomes da Silva, que chefiava a Secretaria de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural e que se havia demitido, não seria substituído nas suas funções porque o Ministério da Agricultura e do Mar podia absorver as suas competências.

Pedro Passos Coelho defendeu, na altura, haver condições para as competências do secretário de Estado serem redistribuídas pela equipa da ministra Assunção Cristas.

LOURO5António Louro, engenheiro de produção animal residente em Mação e que lidera a mais representativa estrutura federativa da floresta portuguesa, com cerca de 50 associações e “muitos milhares” de produtores florestais, sublinhou que “foi com muita desconfiança que os agentes do setor acomodaram esta mudança”.

A floresta, recordou, tem um “papel importante e decisivo na alavancagem económica do país” e, por isso, “não pode nem deve ser tratada como apenas mais um item de trabalho de um qualquer departamento do ministério”.

Segundo o responsável, após os grandes incêndios de 2003 e 2005 “o poder político percebeu que a floresta precisava ser vista e tratada como um setor de atividade integrado e não poderia continuar a ser ‘mexido’ um pouco por todos sem que um rumo fosse definido para ela”. Foi por isso, sublinhou, que surgiu a secretaria de Estado das Florestas”.

LOURO6Segundo o dirigente, esta foi uma das mais importantes medidas políticas para o setor, aplaudida por todos os agentes e vista como um passo decisivo para a afirmação da fileira florestal como charneira da economia agrária.

LOUROO presidente do Fórum Florestal realçou que produtores “pensam e defendem que a floresta tem que ser vista, gerida e trabalhada de forma clara, aberta e assumida pelo poder político e querem, como tal, que no futuro a Secretaria de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural volte a ser uma realidade”.

Agência de Notícias de Portugal

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