Ponte de Sor vai ter três praias fluviais em Montargil. Foto: DR

A albufeira de Montargil, no concelho de Ponte de Sor, vai “ganhar” três novas praias fluviais e valências nas áreas dos desportos náuticos e do turismo de natureza, num investimento de 2,3 milhões de euros, mas só em 2025. As praias vão ser construídas junto ao Clube de Vela e Canoagem de Montargil, perto do paredão, e nas zonas de Vale de Vilão e de Foros do Mocho.

O projeto vai ser desenvolvido pela Câmara de Ponte de Sor, no âmbito da Estratégia e Plano de Ação para Valorização da Albufeira de Montargil, e arranca ainda este ano garantiu ao mediotejo.net o presidente do município, Hugo Hilário.

“O projeto de Valorização da Albufeira de Montargil está concretizado. A Estratégia já foi apresentada publicamente. Temos tido alguns atrasos nos pareceres que temos de pedir à Agência Portuguesa do Ambiente, à entidade de Regulamento de Ordenamento da Barragem, ao Plano de Ordenamento da Barragem”, explicou o autarca ao nosso jornal.

Segundo Hugo Hilário, a estratégia e plano de ação para esta albufeira, que prevê um investimento global de “2,3 milhões de euros”, vai ter uma primeira fase a avançar no terreno ainda em 2023.

Hugo Hilário, presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor. Foto: mediotejo.net

Um investimento recentemente introduzido no plano de ação da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo que “está a negociar com a CCDR do Alentejo o novo programa de contratualização, do novo quadro comunitário e portanto tudo indica que estaremos prestes e preparados para lançar a empreitada”. Apesar de desconhecer, Hugo Hilário “acredita” que o projeto merecerá apoio financeiro comunitário, tendo em conta “o enquadramento que há para este tipo de infraestruturas, é concreto, está dentro dos eixos de intervenção”.

O executivo municipal equaciona assim “de uma forma faseada” sendo três fases de execução “é começar a lançar as empreitadas ainda este ano e se possível logo no final do verão. Serão duas praias e outra que para nós também foi designada no plano como praia, mas não pode ser por causa das regras da albufeira, mas vai ser mais um espaço de lazer. Portanto, três espaços novos, dois deles praias fluviais certificadas, qualificadas para a resposta e depois série de infraestruturas de apoio que fazem parte deste tipo de projetos”.

O presidente dá conta do executivo sentir “cada vez mais aquela que tem sido a afluência na nossa albufeira nos últimos tempos e por mais que isso seja um indicador positivo ao mesmo mesmo tempo obriga-nos a regulamentar, a regular, a controlar, a garantir que a nossa albufeira é segura e que tem as suas regras e as suas infraestruturas disponíveis da melhor forma para as pessoas”.

A expectativa é que “no final de 2024 a obra esteja concluída… com todos aqueles que são hoje os constrangimentos das empreitadas, do aumento dos custos das matérias primas. Mas o nosso plano é ter no final de 2024 este projeto concretizado”, reforça.

ÁUDIO | PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE PONTE DE SOR, HUGO HILÁRIO
A Albufeira de Montargil, em Ponte de Sor. Foto: DR

A Barragem de Montargil pertence à bacia hidrográfica do rio Tejo e à ribeira de Sor, localizada em Ponte de Sor. Concluída em 1958, tem uma área inundada de 1646 hectares e é dotada de uma central hidroelétrica.

Apetecível para descanso, tranquilidade e lazer balnear há muito que a população mantém uma ligação fiel com a sua barragem. O espelho de água é procurado para a prática de desportos naúticos desde a vela ao wakeboard, passando pela canoagem, jet-ski, pesca desportiva e atividades relacionadas com a natureza, como a observação de aves, as caminhadas e os desportos ao ar livre, como o BTT.

O Município considera que a albufeira da Barragem de Montargil “deve assumir-se como uma importante âncora de desenvolvimento do concelho de Ponte de Sor, contribuindo também para inverter o envelhecimento populacional e o constrangimento demográfico do interior alentejano”.

Assim, a intervenção inicia-se junto ao paredão da Barragem (próximo da Associação de Regantes) onde nasce um posto de turismo localizado na EN2 que servirá de ponto de informação e orientação.

A albufeira da barragem de Montargil, no concelho de Ponte de Sor, distrito de Portalegre. Foto: DR

O Clube de Vela e Canoagem é considerado “um importante projeto” ali existente e que dialoga com a praia da Barragem que será intervencionada no próximo ano com vista ao seu alargamento, concessão e acessibilidade “criando estruturas de apoio adequadas para permitir uma melhor utilização”.

Na zona junto a Vale Vilão será criada uma resposta multifuncional, com praia vigiada, acessível e concessionada que será dotada de apoio a toda a atividade balnear. Este será um espaço para a realização de diversas atividades lúdicas e desportivas, de lazer e descanso em família, com diversos equipamentos de jogos, um cable park, passadiços e zona de merendas. O projeto contempla ainda um espaço destinado a autocaravanas que complementará a oferta privada já existente, evitando a ocupação desordenada que acontece nos meses de verão. Serão criadas várias zonas de estacionamento ordenado e acessos pedonais.

Em Foros do Mocho também está prevista a criação de uma praia com todas as condições para a prática balnear e serão criados percursos pedestres integrados na paisagem. Está ainda pensada a criação de um Centro de Observação e Interpretação da Natureza que além da sua componente lúdica, pedagógica e científica também constituirá mais um ponto de atração de visitantes.

O projeto da Estratégia e Plano de Ação para a Valorização da Albufeira de Montargil foi apresentado em 2021 e, segundo o vídeo promocional, com a expectativa das obras arrancarem no ano seguinte, o que não aconteceu.

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

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