Assinatura do memorando durante a Portugal Air Summit. Créditos: mediotejo.net

O memorando de entendimento para que o projeto avance no terreno foi assinado no aeródromo municipal de Ponte de Sor, na manhã do primeiro dia da “maior cimeira” aeronáutica da Península Ibérica, Portugal Air Summit, que decorre naquele espaço até sábado.

O documento foi assinado pelo município de Ponte de Sor e a EEA Aircraft, entidade integradora e que assegura o desenvolvimento, industrialização e comercialização a partir de Portugal da aeronave designada por LUS 222. O momento contou com a presença do secretário de Estado da Economia, João Neves.

ÁUDIO | SECRETÁRIO DE ESTADO DA ECONOMIA, JOÃO NEVES
Miguel Braga em declarações aos jornalistas após a assinatura do memorando durante a Portugal Air Summit. Créditos: mediotejo.net

Em declarações aos jornalistas, Miguel Braga, do Centro de Engenharia e Desenvolvimento (CEiiA), explicou que o LUS 222 vai ser uma aeronave regional ligeira, “não pressurizado, de 19 lugares, para dois mil quilos de carga e para dois mil quilómetros de alcance”.

De acordo com o responsável, que estimou que o investimento no projeto ronde os “100 milhões de euros”, trata-se de um avião “muito destinado” aos mercados de África e da América do Sul.

Segundo os promotores, o desenvolvimento de engenharia está fixado no Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia, em Évora, e a industrialização no Aeródromo Municipal em Ponte de Sor.

Assinatura do memorando durante a Portugal Air Summit. Créditos: mediotejo.net

Em Ponte de Sor, será construída a linha de montagem final de aeronaves, a primeira em Portugal, nomeadamente a cabina de pintura, o centro de manutenção, o centro de treino e formação e os edifícios administrativos.

“O que nós prevemos até ao final de 2025, primeiro trimestre de 2026, é ter a primeira aeronave fabricada para certificação”, disse.

Miguel Braga acrescentou ainda que a unidade fabril de Ponte de Sor vai ter capacidade para produzir “entre 20 a 30 aeronaves por ano, em velocidade cruzeiro”.

Maqueta do avião exposta no local de assinatura do memorando durante a Portugal Air Summit. Créditos: mediotejo.net

Esta aeronave, segundo os promotores, conta com versões civil e militar, preparada para aterrar em pistas curtas e não pavimentadas, destinada em particular aos mercados de África e da América Latina e a responder a uma demanda estimada de mais de cinco mil aeronaves nos próximos 15 anos.

Questionado sobre o preço de cada aeronave, Miguel Braga escusou-se a revelar esses dados, justificando que não é possível nesta altura “antecipar” valores devido aos sucessivos aumentos de preços no mercado.

ÁUDIO | MIGUEL BRAGA, DA CEIIA

O EEA Aircraft and Maintenance é formado pela empresa Cosmos e pela CEiiA, cabendo ao município de Ponte de Sor desenvolver atividade para o desenvolvimento desta indústria.

Este projeto encontra-se igualmente inserido na agenda mobilizadora Aero.Nex.

Assinatura do memorando durante a Portugal Air Summit. Créditos: mediotejo.net

Questionado pelos jornalistas sobre este projeto, o presidente do município de Ponte de Sor, Hugo Hilário, manifestou-se satisfeito com este investimento, sublinhando que além dos cerca de 300 postos de trabalho diretos que vai criar, vão ser igualmente criados “cerca de 800 postos de trabalho indiretos”.

ÁUDIO | HUGO HILÁRIO, PRESIDENTE DA CÃMARA MUNICPAL DE PONTE DE SOR
A maqueta do avião e da fábrica exposta no local onde decorreu a assinatura do memorando durante a Portugal Air Summit. Créditos: mediotejo.net

*Com Agência Lusa.

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

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