Mas as soluções estão em curso. O presidente da Junta de Freguesia de Montargil, Joaquim Oliveira Dias, disse ao mediotejo.net que já esteve no local uma equipa de peritos de engenharia militar no sentido de estudar a possibilidade de instalar uma ponte militar, o que permitirá restabelecer a circulação automóvel.
O presidente da Junta referiu também ser uma possibilidade construir um desvio numa estrada de terra batida que inicialmente teria 13 quilómetros mas que a análise do terreno permitiu reduzir para menos de metade. Essa solução também permitirá que a circulação automóvel regresse.
Neste momento “estamos numa fase de conjugação duas possibilidades, que é criar um caminho alternativo viável para veículos ligeiros” que terá o apoio de uma ponte suportada pelo regimento de Engenharia, portanto uma ponte militar”, num desvio que será inferior a seis quilómetros, confirmou ao nosso jornal o coordenador municipal da Proteção Civil, Simão Velez.
O responsável explica que a ponte militar “não será naquele local. A distância e a instabilidade do terreno implicaria uma ponte muito grande”, ou seja “não há capacidade de montar uma estrutura daquelas em substituição da existente”, ou seja, o pontão por onde passa a Estrada Municipal 1062.
O percurso alternativo será assim a jusante e, segundo o Simão Velez, para atravessar a linha de água “há a necessidade de ter uma ponte, o que está previsto”.
A movimentação de materiais de construção foi iniciada esta manhã “uma operação que vai demorar alguns dias, e que está em curso”, indicou sem quantificar o número de dias “até porque estamos dependentes de alguns materiais que têm de se adquirir, como betão pré fabricado, é muito difícil assumirmos uma data definitiva até para não criar uma expectativa que depois possa ser defraudada”.
No entanto, deu conta do “empenho” do Município pôr em prática a solução “tão breve quanto possível” não só porque “traz consequências às pessoas” mas também aos serviços municipais, referiu.
Por outro lado, de acordo com o coordenador da Proteção Civil de Ponte de Sor, “existe alguma estabilidade na derrocada que se tem vindo a sentir neste dois dias, no local onde o terreno cedeu, fruto de um equilíbrio de pressões, porque a água, de um lado e do outro, já está nivelada”, explica.
A movimentação de pessoas apeadas continua a ser permitida, de acordo com “as análises regulares da condições de segurança”, embora esteja interdita a circulação de veículos. “Temos veículos de um lado e do outro, há movimentações de alguma mercadoria, fundamentalmente bens essenciais” e encontra-se no terreno uma embarcação dos Bombeiros de Ponte de Sor por segurança e “se necessário movimenta pessoas de um lado ao outro”, acrescentou.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal, Hugo Hilário, indicou que este pontão situa-se no troço rodoviário que faz a ligação da Estrada Nacional 2 (EN2) à localidade de Foros do Mocho.
Segundo o presidente da autarquia, a Proteção Civil Municipal e os serviços técnicos da câmara iniciaram uma avaliação da estrutura, depois de ter sido sinalizada “uma escavação na parte da alvenaria do pontão, que não é normal”.
Hugo Hilário adiantou no momento que o único acesso rodoviário a Foros do Mocho é, agora, “restrito e controlado” por militares da GNR. A aldeia de Foros do Mocho tem “cerca de 100 habitantes”, esclareceu.

De acordo com o autarca, a chuva forte que assolou a região provocou também “várias inundações” no concelho, sobretudo na zona ribeirinha de Ponte de Sor, e algumas estradas estiveram temporariamente cortadas ao trânsito.
A chuva intensa e persistente que caiu de madrugada causou na terça-feira centenas de ocorrências, entre alagamentos, inundações, quedas de árvores e cortes de estradas nos distritos de Lisboa, Setúbal e Portalegre, onde há registo de vários desalojados.
Em declarações à Lusa, o Comandante Operacional Distrital (CODIS) de Portalegre, Rui Conchinha, explicou que foram registadas esta terça-feira, entre as 00h00 até cerca das 17h00, mais de 150 ocorrências no distrito, das quais cerca de 130 inundações.
A maioria das inundações foi provocada pelo “galgamento de linhas de água para estradas municipais e nacionais”, pelo que “muitas [das vias] estão cortadas”.
Os concelhos de Campo Maior e Sousel foram os que registaram o maior número de inundações.