José Luís Peixoto esteve em Ponte de Sor no apoio à greve dos professores. Foto publicada no Facebook do escritor

O escritor José Luís Peixoto, natural de Galveias, esteve hoje na Escola Secundária de Ponte de Sor para apoiar a greve dos professores que afirmam estar em “luta pela escola pública”.

“Há muito tempo que se maltrata esta classe profissional, a que devemos tanto e que, todos os dias, constrói o nosso futuro. Devemos respeito e gratidão aos professores”, escreveu, na rede social Fecebook.

A paralisação, convocada pelo Sindicato de Todos os Professores (STOP) em protesto contra as propostas de alteração aos concursos e para exigir respostas a problemas antigos, deverá manter-se, pelo menos, até ao final da semana, tendo uma manifestação agendada para sábado, em Lisboa.

Segundo o STOP, aquando do cumprimento do quarto dia de greve, na quarta-feira 14 de dezembro, a greve mereceu uma adesão acima das expectativas que tem afetado o funcionamento de várias escolas do país que encerraram.

Sem avançar o número de escolas encerradas ou uma taxa concreta de adesão à greve, o coordenador nacional do STOP disse à Lusa que os professores “têm aderido de forma muito significativa”, considerando que a mobilização superou as suas expectativas e é uma “lição de cidadania”.

“Não temos ‘feedback’ da maioria dos diretores, mas o que podemos dizer é que, nas redes sociais, é inequívoca a adesão dos professores. Parece que despertaram de um sono profundo”, afirmou André Pestana.

Para sábado, está convocada uma manifestação nacional na Praça Marquês de Pombal, em Lisboa, e nessa altura os professores vão discutir a sua suspensão ou continuidade.

“Se a decisão for parar, o STOP irá interromper a greve, mas se a maioria quiser continuar, não tenham dúvidas de que a classe pode contar connosco”, sublinhou o coordenador nacional do STOP.

Certo é que o Sindicato de Todos os Professores decretou greve para todo o mês de janeiro de 2023, como forma de protesto pelas últimas decisões do Governo, nomeadamente a transferência da Educação para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR).

Questionado sobre o impacto da greve nas aprendizagens dos alunos, André Pestana reafirmou que as crianças e jovens já vinham sendo prejudicados pela agravada falta de professores e, mais recentemente, pelo aumento de número de docentes que leciona sem habilitação profissional.

Da parte dos diretores, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Escolas (ANDE) disse não ter conhecimento do impacto da greve a nível nacional, mas sabe que a paralisação tem criado constrangimentos em escolas de algumas zonas do país, mesmo que as escolas acabem por abrir.

A Lusa questionou o Ministério da Educação sobre o impacto da greve, mas a tutela escusou-se a comentar.

Uma greve por tempo indeterminado convocada pelo STOP está em curso desde sexta-feira da semana passada em protesto contra as propostas de alteração aos concursos e para exigir respostas a problemas antigos.

Com Lusa

Paula Mourato

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

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