Torres Novas passa a fazer a gestão partilhada do Paul do Boquilobo com a Golegã. Foto: DR

A assembleia municipal de Torres Novas reuniu-se na quinta-feira, dia 29, para uma sessão extraordinária de debate sobre Ambiente e Desenvolvimento Sustentável no concelho. As críticas mais fortes partiram do Bloco de Esquerda, ao afirmar que “não existe uma política ambiental eficaz que defenda o rio e os recursos naturais do concelho. São décadas de abandono”. Após votação de várias moções, foi aprovada a do PS, por uma maior ação e vigilância da saúde ambiental no concelho.

Na sua recomendação, o Bloco de Esquerda salientou que “o rio Almonda é uma importante mais-valia para todo o concelho de Torres Novas. A identidade deste território está intrinsecamente ligada ao percurso do rio e ao seu contributo para as atividades, industriais, agrícolas e de lazer”. Mas “atualmente o rio encontra-se moribundo, poluído, inacessível, abandonado”. “Chega a ser uma grave questão de saúde pública que está a afetar o concelho: água contaminada, fauna e flora destruída, solos contaminados, searas com menor qualidade, atmosfera irrespirável, margens destruídas ou em via disso, todo um conjunto de atividades económicas ligadas ao rio que estão impedidas de serem realizadas”, continuou.

Pedindo “medidas concretas”, recomendou-se a elaboração de um Plano de Proteção e Preservação do Rio Almonda para ser incluído no orçamento para 2016. O plano previa uma série de medidas de salvaguarda de margens e sensibilização contra a poluição, além dum maior foco na exigência às empresas para respeitarem a lei ambiental.

Já os deputados da CDU propuseram a nomeação de um grupo de trabalho para a criação de um órgão que tenha como objetivo “Analisar os problemas ambientais e planear as atividades com eles relacionadas e interligar estas atividades com as dos outros serviços com influência no ambiente”. O grupo lembrou as várias iniciativas desenvolvidas pelo partido no âmbito da proteção ambiental, destacando também a necessidade de salvaguarda das margens. “Antes de uma discussão sobre ambiente, parece-me mais importante preparar o Município para elaborar e por em prática uma estratégia para o ambiente”, referiram em declaração de voto.

No início da sessão, o presidente do município, Pedro Ferreira, fez uma apresentação sobre o investimento de 13 milhões de euros que a empresa Águas do Ribatejo está a realizar no âmbito do tratamento de águas residuais e abastecimento de Torres Novas. “Foi uma assembleia muito pacífica”, comentou ao mediotejo.net.

As moções dos restantes partidos foram rejeitadas, permanecendo a do PS, que Pedro Ferreira entende ser um aglomerado de todas as ideias apresentadas. “Pela ação, vigilância e controlo do ambiente” no plano municipal, terminou.

Cláudia Gameiro, 32 anos, há nove a tentar entender o mundo com o olhar de jornalista. Navegando entre dois distritos, sempre com Fátima no horizonte, à descoberta de novos lugares. Não lhe peçam que fale, desenrasca-se melhor na escrita

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