“Está viva, e está bem.” Raramente a Polícia Judiciária consegue dar esta notícia à família de um menor desaparecido, mas foi o que sucedeu hoje. Luana Pereira, de 16 anos, integrava a listagem de “pessoas desaparecidas” da Polícia Judiciária há já 8 meses. A família nunca desistiu de a procurar, mesmo quando muitos diziam que teria fugido por sua vontade – e a polícia também não.
Hoje anunciaram a sua descoberta. Luana foi raptada a 30 de maio do ano passado em Pousos, Leiria, a caminho da escola, e passou os últimos oito meses refém numa residência em Évora, onde a PJ a viria a encontrar agora, detendo também o presumível autor do rapto – um homem de 48 anos, empregado fabril, que irá agora ser presente a tribunal para aplicação das medidas de coação, sendo expectável que fique em prisão preventiva, a aguardar julgamento.
Luana saiu de casa na manhã do dia 30 de maio, passou pelo local de trabalho da mãe e seguiu para a escola a pé, onde nunca chegou a entrar. Foi este percurso de 10 minutos que a PJ procurou reconstituir ao longo dos últimos meses, com muito poucas pistas, analisando também a sua “vida virtual” – a adolescente tinha-se tornado dependente de jogos online.
“No seguimento das inúmeras diligências desenvolvidas, em estreita colaboração com a Unidade Local de Investigação Criminal da Polícia Judiciária de Évora, foi possível identificar o suspeito [do crime de rapto] e localizar a menor na sua residência, sita na cidade de Évora, onde, a coberto de uma suposta relação amorosa, este a manteve em completo isolamento social durante oito meses, aproveitando-se da sua persistente e recorrente dependência de jogo online, imaturidade e personalidade frágil”, anuncia a PJ em comunicado.
Ainda não são conhecidos todos os detalhes do pesadelo que viveu, nem como poderá superá-los no futuro, mas, para já, “está viva, e está bem”. Os pais, que já a puderam abraçar, não poderiam ter melhor notícia.