Os sinais de alerta começaram cedo. Sofia tinha apenas três anos de idade quando começou a fazer infeções urinárias frequentes. Raro era o mês em que os pais não tinham de recorrer às urgências do hospital com a menina. O diagnóstico era sempre o mesmo. Infeção urinária. E a indicação de antibiótico. Sem eficácia.
Durante três anos, a menina foi seguida no Hospital de Santarém, localidade onde reside com os pais e os três irmãos. Mas, “o sexto sentido” da mãe, Vera Pires, fez com que a família se dirigisse ao Hospital dos Lusíadas, em Lisboa, para pedir uma segunda opinião, já depois de ter insistido com a Pediatra de Sofia, para que a encaminhasse para o Hospital Dona Estefânia. Pedido que não foi aceite.
“Começámos a ficar preocupados, porque não achávamos muito normal que a Sofia fizesse tantas infeções urinárias. Estava constantemente a tomar antibiótico, o que também não é bom. E o problema continuava lá. Queríamos saber porquê e ter uma segunda opinião. Foi quando pedimos à médica que acompanhava a Sofia, que a encaminhasse para o Hospital Dona Estefânia. Mas, ela não acedeu. Disse que a menina estava a ser bem acompanhada e que as infeções eram normais. Como não ficámos descansados, decidimos marcar consulta no Hospital dos Lusíadas por nossa conta. Ainda bem que o fizemos”, conta a mãe.
Corria o ano de 2021. Depois da primeira consulta e realizados vários exames, chegaram as respostas. Devido à frequência das infeções urinárias, causadas por refluxo de urina, verificou-se a incidência de cicatrizes nos dois rins, com especial relevo no rim do lado direito, já em risco de falência.
Sofia foi encaminhada para a consulta de cirurgia, tendo sido aconselhada a colocação de um implante para proteger o rim direito. A cirurgia aconteceu a 11 de março de 2022 e só foi possível, graças a uma onda de solidariedade que permitiu à família angariar os cerca de 4 mil euros necessários para pagar o ato médico.
Acontece que a intervenção veio revelar novos dados. “A Sofia nasceu com a ureter, (canal que liga os rins à bexiga), desviada. Isso só foi detetado durante a cirurgia. E o médico alertou logo que, caso voltassem a surgir infeções urinárias, a Sofia teria de ser operada novamente, para não comprometer a eficácia da primeira cirurgia”, conta Vera.
A recuperação “correu bem, tudo dentro do que era esperado”. No entanto, dois meses e meio após a cirurgia, voltaram as infeções urinárias e a confirmação de que persistia o refluxo urinário do lado direito.
“Para recuperar definitivamente, a Sofia tem de voltar a ser operada. Como é uma cirurgia mais complexa e exige um internamento de cinco dias, os custos previstos também são mais elevados. Por isso, pegámos em todos os exames da menina e fomos ao hospital de Santarém, para perceber se havia possibilidade de a cirurgia ser feita no serviço público. Voltei a ouvir tudo de novo. Que a cirurgia não é necessária, que a menina pode muito bem viver só com um rim. E que é para isso que existe a diálise”, explica Vera, lamentando a “falta de resposta do Serviço Nacional de Saúde, quando está em causa a qualidade de vida de uma criança”.
Sofia é a “princesa guerreira” de uma família de seis. Vive com os pais e os três irmãos em Santarém. “Estamos os dois empregados, trabalhamos e temos um emprego estável. Mas, não somos uma família abastada. Não temos como garantir o custo total da cirurgia. É por isso que pedimos ajuda”, diz Vera, esclarecendo que a família precisa de juntar 4.500 euros até 28 de abril.
O custo estimado da cirurgia é de 7.600 euros. Valor este, que não inclui exames complementares, nem a estadia e as refeições da mãe, como acompanhante de Sofia, ou outros custos associados, como deslocações e medicação. Com a agravante de que, quatro semanas após a cirurgia, Sofia terá de ser submetida a nova intervenção, para “retirar um tubo, com o qual vai ficar, para o caso de alguma coisa correr mal, ser possível intervir de forma menos invasiva e mais rapidamente”.
“Em outubro do ano passado foi organizada uma noite de fados no Centro Cultural das Fazendas de Almeirim, onde se angariaram 2.600 euros, que permitiram pagar as consultas, a medicação, os exames, as deslocações a Lisboa , a psicóloga, e tudo o que a Sofia foi precisando. E, em fevereiro deste ano, foi feito um espetáculo solidário em que se angariaram 2. 700 euros. Com o valor que ainda temos depositado na conta da Sofia, faltam-nos 4.500 euros para conseguirmos pagar a operação”, contabiliza a mãe, agradecendo “todos os donativos que entretanto têm sido feitos em nome da Sofia”, com a esperança de “conseguir recuperar definitivamente a qualidade de vida, o sorriso e a alegria da menina”, que nos últimos meses tem vindo a precisar de recorrer a apoio psicológico para salvaguardar a sua estabilidade emocional.
Os donativos para apoiar esta família nos encargos com a cirurgia da pequena Sofia podem ser efetuados por transferência bancária ou via Mbway.
NIB: PT50 0035 0728 0000 8886 8303 0 (Sofia Martins) | Mbway: 912 669 898 (Vera Pires)