Em dia de visitas governamentais ao arranque do ano letivo, quarta-feira, 14 de setembro, o Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José António Vieira da Silva, passou pela Escola Básica e Secundária de Ourém. Em declarações à comunicação social, Vieira da Silva garantiu que as escolas com contrato de associação que existem no concelho vão continuar a funcionar normalmente, uma vez que cumprem todos os requisitos que possibilitam a sua manutenção.
Natural da Marinha Grande mas tendo crescido em Alcanena, conforme lembrou o presidente da Câmara de Ourém, Paulo Fonseca, Vieira da Silva marcou em Ourém mais um início de período letivo. Este ano sem problemas de colocação de professores, mas ainda com a sombra da polémica em torno dos contratos de associação. No concelho de Ourém, onde dominam as escolas com este tipo de oferta, nenhuma instituição perdeu o seu contrato (no Médio Tejo apenas a Sertã ficou sem financiamento), mas persiste a incerteza quanto ao futuro.

Em resposta a uma questão colocada pelo mediotejo.net, Vieira da Silva salientou que se encontrava em Ourém para abrir um ano escolar que se esperava difícil, mas que decorreu sem problemas de maior. “A problemática dos contratos de associação já foi muito discutida. De facto aqui no concelho existem escolas com esse contrato de associação, e existem e continuaram a existir porque elas preenchem os requisitos que são exigidos para que existam contratos de associação entre o Estado e setor privado-cooperativo. São escolas que existem onde não existe oferta do ensino público. Enquanto essa situação acontecer elas continuarão a sua vida normal”, garantiu.
No seu discurso para pais e alunos de Ourém, Vieira da Silva lembrou as diferenças entre a sua época de jovem estudante e atualmente, defendendo que “o que distingue os países é o sistema educativo”. “A média em alguns países é de 12 anos de escolaridade”, sendo que em Portugal, estimou, ainda se situa nos oito anos de escolaridade. “O objetivo do Governo é que as crianças frequentem o ensino pré-escolar”, referiu, uma vez que está provado que tal é “decisivo na aprendizagem”. “Temos a ambição de que todos os jovens tenham 12 anos de escolaridade”.

O Ministro lembrou que em meio século mudou muita coisa, uma vez que antes do 25 de abril apenas dois jovens em cada 100 concluía o equivalente ao ensino secundário. “A sociedade é muito mais competitiva e isso tem muito a ver com a educação e formação profissional”, salientou. Mas ainda é necessário reduzir o insucesso e o abandono escolar, frisou, estimulando os alunos presentes a encararem o estudo como uma forma de descoberta e auto-valorização.
Terminada a sessão de abertura, Vieira da Silva foi conhecer as instalações da Escola Básica e Secundária de Ourém, que é também a sede do Agrupamento de Escolas de Ourém. Ao Ministro foi apresentada a oferta de cursos profissionais existente e as estruturas de apoio aos alunos com necessidades educativas especiais.