João Pereira criticou a forma como município de Ourém procedeu à poda e abate de um conjunto de árvores nas cidades de Ourém e Fátima Foto: print screan emissão online da AMO

No âmbito das declarações de interesse local durante a sessão de Assembleia Municipal de Ourém, o deputado do MOVE – Movimento Independente, João Pereira, deixou críticas à forma como foi efetuada a poda e abate de árvores em Ourém e Fátima. Acabaria por propor, dentro do contexto de criação de medidas de sustentabilidade ambiental, que o município aposte num banco de sementes e viveiro de plantas autóctones.

João Pereira fez uma exposição em que deixou vários exemplos da participação ativa do MOVE em temas de interesse local, nomeadamente com propostas, nem sempre com a devida resposta da parte do executivo camarário, notou.

Neste contexto, deixou críticas à forma como se procedeu “ao abate e às podas de árvores em Ourém e Fátima, ao arrepio da lei e das melhores práticas, o que demonstra insensibilidade e falta de estratégia neste domínio”.

“De facto, tal como denunciámos publicamente, quando se escolhe uma árvore, é importante prever o seu desenvolvimento até ao estádio de adulta, e proceder a podas de formação que respeitem o seu desenvolvimento saudável”, constatou.

“Assim, ao invés de andarmos a maltratar a natureza, que tal criarmos um banco de sementes e um viveiro de plantas autóctones e de espécies de produção típicas da nossa região, uma vez que é certo e sabido que muitas variedades agrícolas e frutícolas estão a desaparecer? Estes são, pois, apenas três exemplos do modo como o MOVE encara a sua intervenção na vida pública. Oxalá haja alguém lhes dê algum seguimento”, concluiu.
 

Na página de facebook do MOVE encontra-se uma publicação, datada de 11 de fevereiro, sobre o tema do abate e pode de árvores nas cidades do concelho. Refere o texto que “durante o confinamento do início do mês de Janeiro, a Câmara Municipal de Ourém procedeu ao corte total de dois pinheiros mansos de grande porte, existentes junto à EPO. Estas árvores estavam em bom estado sanitário e de segurança, não tendo havido nenhuma plantação de substituição”.

“Já durante o mês de Fevereiro, os carvalhos-americanos da Av. D. Nuno Álvares Pereira, plantados em 2019, que custaram milhares de euros, foram podados por rolagem, uma técnica extremamente agressiva, pois implica o corte do tronco principal da árvore, as quais ficam mais vulneráveis a pragas e doenças!”, continua. “Lembramos que a Lei n.º 59/2021, na alínea d) do n.º 1 do artigo 24.º, proíbe “colher, danificar ou mutilar qualquer árvore ou arbusto de porte arbóreo, designadamente proceder a podas de talhadia de cabeça ou rolagem”. Tal lei também não foi observada em Fátima, na Av. Irmã Lúcia de Jesus, quando se podaram 5 grevíleas por rolagem, como mostra a imagem, pelo que, sendo árvores de folha persistente, podem secar”, explica.
 
João Pereira tornou a abordar o tema do abate e poda agressiva das árvores nas interpelações ao presidente da Câmara na sessão de assembleia de dia 25. Em resposta, o presidente Luís Albuquerque explicou que o caso da poda das árvores em Fátima foi da responsabilidade da junta de Fátima, tendo esta sido alertada para o facto das árvores estarem no domínio municipal e não ser trabalho da sua competência.
 
O caso da avenida de Ourém deveu-se ao facto das árvores confluírem com varandas de prédios, originando vários riscos, tendo-se realizado a poda com as devidas precauções quanto à saúde do arvoredo, leu o presidente no relatório dos serviços do ambiente.
 
Por fim, no que toca às árvores junto à EPO, o abate deveu-se ao facto de em 2021 ter havido ali um conjunto de quedas de árvores, tendo-se analisado a perigosidade dos pinheiros mansos existentes e optado pelo corte.
 
“Foi por uma questão de segurança”, frisou Luís Albuquerque, referindo que o espaço será requalificado com novos elementos arbóreos mais adaptados às especificidades do local. 

Cláudia Gameiro, 32 anos, há nove a tentar entender o mundo com o olhar de jornalista. Navegando entre dois distritos, sempre com Fátima no horizonte, à descoberta de novos lugares. Não lhe peçam que fale, desenrasca-se melhor na escrita

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