Pessoas mantinham distância e usavam máscara. Só duas pessoas podem estar dentro da sala a votar Foto: mediotejo.net

Com 625 inscritos para a votação antecipada para as eleições presidenciais, uma fila de eleitores contornava já o edifício da Câmara de Ourém a meio da manhã deste domingo, 17 de janeiro. O número de inscritos surpreendeu o município, não obstante as condições sanitárias fizessem antever uma eleição diferente das tradicionais. Para várias das pessoas com quem o mediotejo.net falou, porém, a votação em mobilidade foi aproveitada mais para evitar fazer grandes deslocações às terras de origem do que propriamente devido à pandemia.

Cerca das 10h00 já tinham votado 54 eleitores dos 625 inscritos. À medida que a manhã avançava, uma fila de vários metros foi crescendo à volta da Câmara de Ourém. O mesmo cenário repetiu-se em Lisboa e no Porto, por exemplo. A nível nacional inscreveram-se 246.880 eleitores para o voto antecipado em mobilidade.

Só podia entrar uma pessoa de cada vez, havendo apenas dois cubículos para votar. De máscara e preservando a distância de segurança, cada grupo de pessoas mantinha-se expetante e sem criar grande confusão. Cada eleitor teve o cuidado de trazer a sua caneta e, segundo a responsável do balcão de voto, o processo estava a decorrer “bastante bem”, aguardando-se porém um pico de movimentação.

A meio da manhã deste domingo já aguardavam muitas pessoas para votar. Foto: mediotejo.net

Os votos não serão contabilizados este domingo, mas apenas a 24 de janeiro, dia “oficial” das eleições presidenciais. O boletim de voto é colocado primeiro num envelope branco e depois num azul, lacrado com a indicação do balcão de voto do concelho onde o eleitor pertence.

O mediotejo.net encontrou pessoas do Porto e de Odivelas e teve a indicação de um eleitor da Madeira que aproveitou a oportunidade proporcionada pela pandemia para evitar a viagem aos seu local de residência.

Nenhuma das pessoas com quem o mediotejo.net falou mostrou opinião desfavorável à realização do ato eleitoral. “Se não for agora não se sabe quando é que vai ser, fica o assunto arrumado”, constatou Vitorino Simões. “É conversa que já não interessa, tornou-se urgente e tem que se fazer [a eleição]”, comentou um eleitor do Porto que se identificou apenas como José. “Nem tenho grande opinião sobre isso, aproveita-se a oportunidade”, refletiu Eliane Oliveira, que admitiu estar apenas a aproveitar a possibilidade trazida pela pandemia para evitar a deslocação a Odivelas.

Votos são lacrados em dois envelopes e só serão abertos dia 24 Foto: mediotejo.net
Cerca de 50 pessoas já tinham votado a meio da manhã de domingo, 17 de janeiro Foto: mediotejo.net

Vitorino Simões vai estar fora de Ourém no dia 24, pelo que optou pelo voto antecipado, lamentando inclusive que em Portugal não haja já o voto eletrónico. “Talvez fosse mais simples”, reflete.  “É muito mais prático”, constatou Eliane, “pelo menos pode-se escolher onde se quer votar”.

Este domingo votam também as pessoas que se encontram em confinamento obrigatório, nomeadamente os idosos internados em lares. Este voto obedece às condições definidas para cada caso, podendo ocorrer no domicílio ou num espaço previamente definido para o efeito.

Cláudia Gameiro

Cláudia Gameiro, 32 anos, há nove a tentar entender o mundo com o olhar de jornalista. Navegando entre dois distritos, sempre com Fátima no horizonte, à descoberta de novos lugares. Não lhe peçam que fale, desenrasca-se melhor na escrita

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