A Assembleia Municipal de Ourém perdeu com as últimas autárquicas duas das suas figuras mais características: Deolinda Simões, autarca há cerca de 30 anos e presidente da mesa da assembleia nos últimos quatro mandatos; Sérgio Ribeiro, autarca ouriense há mais tempo no ativo, pela CDU, que não conseguiu eleger nenhum deputado. Na tomada de posse dos órgãos municipais, segunda-feira, dia 23, ambos se dirigiram aos novos eleitos. Ela despedindo-se, ele prometendo continuar a atividade política a partir do público.
Foi com a voz embargada e tentado conter a emoção que Deolinda Simões se dirigiu ao público que assistiu à tomada de posse dos órgãos locais no Cine-teatro Municipal. “40 anos é muito tempo”, frisou, lembrando o seu tempo de jovem professora em que chegou ao concelho de Ourém para dar aulas e se envolveu na política local. “É difícil não sentir saudades. É o fim de uma etapa em que tive muita gente ao meu lado”, constatou, com bons e maus momentos, tendo trabalhado com seis presidentes de Câmara. “Acho que fiz qualquer coisa”.
A autarca sublinharia a importância do consenso político, salientando que sempre procurou ajudar a resolver os problemas. No seu discurso lembraria presidentes de junta, associações, forças de segurança, Santuário de Fátima e comunicação social. Terminaria apelando ao novo presidente da Câmara, Luís Albuquerque, para que não se esqueça das necessidades da secção feminina dos Bombeiros de Freixianda. “Vou andar por aí”, concluiu.
Pedindo para intervir, Sérgio Ribeiro, único eleito da CDU durante cerca de 20 anos na assembleia municipal, sem representação neste mandato, subiu ao palco e prometeu que vai continuar a participar nas assembleias, ainda que na parte do público. Em nome da democracia, frisaria.