Bispo Rui Valério é o novo patriarca de Lisboa. Créditos: Agência ECCLESIA/MC

Pertencente os Missionários Monfortinos, Rui Valério foi o primeiro padre português daquela congregação a ser ordenado bispo. Manuel Clemente, que esteve à frente do Patriarcado de Lisboa nos últimos 10 anos, completou 75 anos no dia 16 de julho, idade prevista para a apresentação da renúncia ao lugar de titular da diocese.

O Patriarcado de Lisboa, em nota publicada na sua página na Internet, informou, entretanto, que Rui Valério vai tomar posse da diocese no dia 02 de setembro, sábado, às 11h00, na Sé Patriarcal, diante do Cabido. A entrada solene tem lugar no dia seguinte, domingo, dia 03 de setembro, às 16h00, no Mosteiro dos Jerónimos.

A Câmara Municipal de Ourém saudou hoje a nomeação do bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança, Rui Valério, como novo patriarca de Lisboa, congratulando-se “por ver mais oureense em funções de prestígio imensurável e relevância extrema”.

“Natural de Urqueira, Rui Manuel Sousa Valério foi sempre um digníssimo representante do nosso concelho, ao longo de uma vida inteira dedicada à Igreja, ao serviço do próximo e em prol das mais nobres causas sociais”, sublinha uma nota assinada pelo presidente da Câmara de Ourém, Luís Albuquerque.

O autarca manifesta, ainda, a certeza de que Rui Valério “estará à altura das responsabilidades e dos desafios que se avizinham”.

Também a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Fátima, no concelho de Ourém, felicitou publicamente o novo patriarca de Lisboa, confiante de que Rui Valério continuará a ser um exemplo de fé, esperança e caridade para todos”.

Novo patriarca de Lisboa, o primeiro monfortino português a chegar a bispo

O novo patriarca de Lisboa, Rui Valério, foi o primeiro padre português ligado aos Monfortinos a ser ordenado bispo, em novembro de 2018, estando desde então à frente da diocese das Forças Armadas e das Forças de Segurança.

Com 58 anos, Rui Manuel Sousa Valério nasceu em Urqueira, bem próximo do Santuário de Fátima, na véspera de Natal de 1964.

Aos 11 anos, deu entrada no Seminário Monfortino, em Fátima, onde estudou, tendo em 1984 ingressado no noviciado, em Santermo-in-Colle, Bari, Itália, e feito a primeira profissão religiosa em 06 de setembro de 1985. Cinco anos depois fez os votos perpétuos e, em 1991, foi ordenado padre em Fátima.

Rui Valério estudou Filosofia, na Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma, bem como frequentou Teologia, na Pontifícia Universidade Gregoriana, onde concluiu a licenciatura, em 1992, com a especialização em Teologia Dogmática.

Em Leuven, na Bélgica, frequentou, entre 1995 e 1996, o curso de Espiritualidade Missionária, no Centro Internacional Monfortino e, na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, em 1997, iniciou o Doutoramento em Teologia.

A sua ligação às Forças Armadas, que agora cessa por via da nova nomeação, começou em 1992, como capelão no Hospital da Marinha, tendo em 2008 sido nomeado capelão na Escola Naval.

Passou por paróquias de Castro Verde, na diocese de Beja, e no Patriarcado de Lisboa, tendo também trabalhado, durante alguns anos, na formação dos Postulantes dos Missionário Monfortinos.

Em 2016, foi nomeado, pelo Papa Francisco, como “Missionário da Misericórdia”, durante o Ano Jubilar.

Nos últimos anos, foram várias as vezes em que sublinhou o papel dos militares portugueses como construtores da paz nas missões internacionais onde estão envolvidos, bem como enalteceu o desempenho das forças de segurança.

Também a questão dos abusos sexuais de menores no seio da Igreja esteve entre as suas preocupações.

Na missa crismal deste ano, o prelado, perante os capelães militares, qualificou os abusos sexuais de menores como “um autêntico murro no estômago” perpetrado por “indignos membros da Igreja”.

“O nosso coração está (…) cheio de amargura. Ao drama da guerra que há mais de um ano envolve a Ucrânia, barbaramente agredida pela Rússia, a Europa e o mundo, junta-se a má nova, agora comprovada com testemunhos e provas, de hediondos abusos molestadores perpetrados por indignos membros da Igreja, sobre vítimas inocentes e indefesas”, afirmou, então, na cerimónia realizada na Igreja da Memória, em Lisboa, catedral do Ordinariato Castrense.

Agora, Rui Valério ascende ao cargo de 18.º patriarca de Lisboa.

C/Lusa

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

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1 Comentário

  1. Tenho muita esperança que o novo cardeal de Lisboa seja bem sucedido no seu trabalho e consiga limpar os padres que não merecem ser ministro de cristo

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