O conceito de "Escola na Floresta" chega a Ourém. Foto: Ark Dickens Primary Academy/D.R.

O executivo municipal de Ourém aprovou na sua reunião de 2 de agosto a cedência de uma sala da antiga escola primária do Vale Travesso, na freguesia de Nossa Senhora da Piedade, para a implementação da “Escola na Floresta”. Este é um projeto inovador de ensino que pretende estimular a autonomia e a aprendizagem das crianças através da interação com a natureza, afirmando-se como uma alternativa ao ensino pré-escolar e um complemento ao ensino doméstico. 

A iniciativa é de Cátia Lopes, que fundou um projeto similar no Reino Unido, onde tem trabalhado desde 2012 como professora de 1º ciclo. Natural de Alburitel, no concelho de Ourém, a docente está de regresso a Portugal e trouxe consigo o conceito das “Forests Schools”, tendo formado com outros pais a Associação Escola na Floresta.

“É uma visão holística da criança, sem a correria dos programas”, explica Cátia Lopes ao mediotejo.net, no sentido de se tentar respeitar os ritmos e interesses da criança em desenvolvimento. 

Neste momento a Escola na Floresta já tem 15 inscrições para o pré-escolar. Este mês começam a funcionar oficinas aos sábados, espaços de atividades onde se promove a exploração da natureza e as artes.

Cátia Lopes adianta que um dos objetivos da associação é estabelecer uma parceria com os agrupamentos de escolas e criar as condições de introduzir o conceito de Escola na Floresta num projeto piloto de 1º ciclo. Segundo adianta ao nosso jornal, o projeto já existe em Portugal, apesar de não ter a mesma disseminação que possui no Reino Unido. 

O modelo Forest School nasceu nos anos 50, com registos de primeiras experiências na Dinamarca, e disseminou-se nas décadas seguintes no norte da Europa, como forma de dar resposta ao ensino pré-escolar. A metodologia assenta em sessões de aprendizagem na natureza focadas na individualidade da criança e na importância do brincar, baseadas na observação e colaboração entre adultos e crianças, promovendo-se a exploração e a descoberta.

Cláudia Gameiro

Cláudia Gameiro, 32 anos, há nove a tentar entender o mundo com o olhar de jornalista. Navegando entre dois distritos, sempre com Fátima no horizonte, à descoberta de novos lugares. Não lhe peçam que fale, desenrasca-se melhor na escrita

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