O Castelo de Ourém está na fase final da requalificação, depois de uma obra no valor de mais de 2 milhões de euros, realizada com fundos europeus. Com inauguração prevista para 8 de julho, os visitantes não vão poder ver, para já, o núcleo de arqueologia previsto para o interior do torreão. Ao mediotejo.net, a vereadora da cultura, Isabel Costa, adiantou que foram encontrados esqueletos e variados artefactos, assim como moedas, durante as escavações, objetos que estão atualmente a ser estudados para posterior musealização.
Com um trabalho de restauro e requalificação difíceis, o complexo conhecido por Castelo de Ourém, que integra uma antiga fortificação e um Paço construído no século XV pelo IV Conde de Ourém, encontra-se quase pronto a ser reaberto ao público.
Em visita guiada pela Divisão de Ação Cultural do município, foi comunicado ao mediotejo.net que a parte mais complexa envolveu a arquitetura, nomeadamente as coberturas que foram instaladas nos torreões do Paço e no castelo. Foram também encontrados bens arqueológicos, como é normal neste tipo de obra, que se encontram a ser estudados, mas que não obrigaram à paragem total da intervenção.

A 8 de julho, quando o espaço reabrir ao público, estará ainda fechado o núcleo de arqueologia e a galeria previstos para um dos torreões. Estarão porém já acessíveis os passadiços que permitem subir ao topo do castelo e contemplar a paisagem oureense (com lotação controlada), um dos novos atrativos do monumento.
A estrutura será também dotada de equipamentos de interpretação do edificado, passando a possuir um anfiteatro com capacidade para 80 pessoas. O espaço entre os dois torreões principais passa também a servir de pequeno anfiteatro, possibilitando eventos ao ar livre.
O Castelo estava em ruínas quando foi requalificado nos anos 30/40 pelo Estado Novo, pelo que boa parte do que hoje é visitável é obra dessa época. A nova intervenção retira o espírito de ruína propícia a encontros de namorados, mas confere-lhe organização, interpretação e maior segurança nos seus acessos.

O município prevê passar a disponibilizar visitas guiadas ao espaço, que fica equipado para receber eventos de variada natureza. A emblemática estátua de D. Nuno Álvares Pereira, III Conde de Ourém, permanece no seu local, embora o pátio tenha sido redesenhado. Boa parte da calçada que existia, dos anos 80, foi retirada e substituída por outro tipo de material, ou deixada mais ao natural.
Segundo Isabel Costa, de todo o projeto inicial estão ainda a faltar os sanitários, uma vez que decorrem escavações no local. Ao longo de dois anos de obra, secções da requalificação tiveram que parar devido a achados arqueológicos, tendo sido encontrados esqueletos e objetos antigos, como moedas, que estão neste momento a ser investigados e datados. Posteriormente poderão ser vistos no núcleo de arqueologia, ainda em conceção.
Para a vereadora, é importante também avaliar as condições térmicas dos torreões, pela primeira vez fechados em séculos (portas e janelas estavam abertas), por forma a prevenir eventuais problemas com as exposições permanente e temporárias. Além da arqueologia, a musealização vai recuperar a vida e obra de D. Afonso, IV Conde de Ourém, sob cuja tutela Ourém viveu o seu período mais dinâmico.

“As pessoas estão com alguma ansiedade, perguntam quando podem ir ao Castelo”, admitiu a vereadora, constatando também que o passadiço entre os torreões do Paço gerou alguma polémica, dado a interferência na paisagem. De toda a requalificação, sai valorizada sobretudo a paisagem, admite, que pode ser agora vista sobre melhores perspetivas e com mais segurança que anteriormente.
A obra sofreu algum atraso devido a problemas com materiais, que o município está a procurar resolver atempadamente, garantiu. Isabel Costa reconheceu também a falta de acessibilidades, recordando que o velho projeto do elevador caiu, devido à instabilidade da encosta. Um estudo e projeto sobre a consolidação do monte será necessário para se equacionarem soluções no futuro acesso ao Castelo.
Um grande LOUVOR a todos que se empenharam na restauração do Castelo da minha Terra Natal.
Bem haja a todos.
Manuel Gonçalves.