Uma comitiva da candidatura à Ordem dos Enfermeiros “Enfermagem com Futuro”, visitou na sexta-feira os Hospitais de Abrantes, Tomar, Torres Novas (ligados ao Centro Hospitalar do Médio Tejo) e ainda o hospital de Santarém, tendo participado os enfermeiros José Carlos Gomes, candidato a Bastonário, e Piedade Pinto, candidata a presidente do Conselho Directivo Regional da Secção Regional Sul da Ordem dos Enfermeiros.
Foram apresentadas as principais linhas da candidatura que passam por “defender as condições do exercício profissional dos enfermeiros e uma aposta clara no trabalho de proximidade da Ordem dos Enfermeiros aos seus membros”.
O presidente do Conselho Nacional de Enfermagem da Ordem dos Enfermeiros, atual candidatato a Bastonário, defendeu a necessidade de promover a saúde escolar e de colocar um profissional a tempo inteiro nos estabelecimentos de ensino.
“Vamos apresentar uma proposta clara para uma aposta efetiva do desenvolvimento da saúde escolar (…) e da criação da figura do enfermeiro de escola porque neste momento, com os mega-agrupamentos de escola que temos no país, é perfeitamente justificável a presença de um profissional a tempo integral nas escolas”, afirmou à Lusa José Carlos Gomes.
O também membro do Conselho Executivo da Ordem dos Enfermeiros referiu estar a pedir o apoio do colégio de especialidade comunitária e de saúde infantil e pediátrica para o processo que “gostaria que não demorasse demasiado tempo” a chegar ao governo.
“Seria uma despesa facilmente ressarcida através de custos que deixariam de existir no futuro para o sistema de saúde”, realçou.
O responsável lembrou que, “até há pouco tempo” a saúde escolar foi “uma realidade um pouco por todo o território nacional”, mas que, “infelizmente”, tem assistido a um “imenso desinvestimento e desvalorização”.
“Aquilo que se tem notado é uma não utilização daquilo que são as possibilidades do sistema em termos de cuidados de saúde primários”, criticou, acrescentando: “estamos efetivamente a fazer tudo ao contrário [e] em vez de apostarmos na prevenção, estamos a ter cada vez mais instrumentos de reação à doença e a esquecer a questão da promoção da saúde, nomeadamente na saúde escolar”.
Para o presidente do Conselho Nacional de Enfermagem, é necessário voltar “a apostar na área da promoção da saúde” e utilizar as “competências dos enfermeiros e especialistas nas estruturas que estão desenhadas para o efeito e que pura e simplesmente não têm sido financiadas”.
José Carlos Gomes disse considerar “preocupante” a forma como o sistema de saúde é atualmente financiado, privilegiando os resultados, ou seja, “uma instituição de saúde para poder sobreviver tem que apresentar um grande número de atos, independentemente dos resultados em saúde que consegue [e] Isto é uma forma perniciosa de fazer o financiamento do sistema e pode por em causa a curto prazo a própria sustentabilidade”.