Para além das duas equipas portuguesas, participam na ‘final four’ as formações italianas do Trissino e Sarzana, orientadas pelos irmãos Alessandro e Mirko Bertolucci, respetivamente, que se defrontam na outra meia-final.
O treinador do Sporting de Tomar, Nuno Lopes, disse que “as expectativas da equipa estão no máximo, para este momento único para o clube e para os emblemas que estão na ‘final four’, e o desejo é o mesmo de sempre, querer ganhar”.
“Em 100 anos de história nunca o SC Tomar esteve neste palco e é lógico que nós queremos ficar na história do clube, apesar de já estarmos, mas logicamente só quem ganhar troféus é que consegue meter o nome no mais alto nível”, referiu Nuno Lopes à Lusa.

ÁUDIO | NUNO LOPES, TREINADOR DO SPORTING DE TOMAR:
O treinador antevê um jogo “equilibrado” com o Valongo, tal como a própria ‘final four’, atendendo ao valor das equipas em prova, e, respeitando ao máximo os adversários, acredita que o Sporting de Tomar “pode ser feliz este fim de semana”.
“É uma final, independentemente dos resultados anteriores. Quando se tratam de finais são jogos muito próprios, especialmente para os atletas, em que o lado emocional pesa muito nestas alturas. Vai tudo da forma como começa o jogo”, disse.
Para o técnico do Valongo, Edo Bosch, “vai ser uma ‘final four’ muito equilibrada. Jogamos várias vezes com o Sporting de Tomar, conhecemo-nos bem, são sempre jogos equilibrados, assim como Trissino e Sarzana se conhecem bem. São quatro equipas muito equiparadas e qualquer uma pode ser campeã”.
Para o treinador espanhol, “às vezes não é uma questão de quem é favorito, mas da equipa que tiver um bocado mais de sorte no fim de semana” em que decorre uma prova deste género: “Ter inspiração é fundamental e isso pode fazer a diferença, quando as equipas são muito equiparadas.”

ÁUDIO | EDO BOSCH, TREINADOR DO VALONGO:
Edo Bosch, antigo guarda-redes do FC Porto, reencontra em Torres Novas os irmãos Bertolucci, que nessa mesma cidade, há 16 anos, conquistaram a Liga Europeia para o Fallonica, numa edição disputada sob a forma de liguilha e que os ‘dragões’ terminaram em segundo.
“Os irmãos Bertolucci, na altura, foram campeões, em Torres Novas, eu estava lá [pelo FC Porto], mas isso vale o que vale. Quando o árbitro apita, quem controlar melhor a ansiedade e tiver inspiração individual pode levar o troféu para casa”, disse.
A presente edição da Liga Europeia é marcada pelas ausências do Sporting, FC Porto, Oliveirense, Benfica e Óquei de Barcelos (Portugal), FC Barcelona, Liceo da Corunha, Noia, Réus e Caldes (Espanha), Saint-Omer (França) e Forte dei Marmi (Itália), em desacordo com o novo formato competitivo.
Os treinadores Edo Bosch e Nuno Lopes desvalorizam a situação, mas admitem que o hóquei em patins está a passar por um pequena crise, quer a nível de clubes quer de seleções, concordando ambos com a necessidade de uma intervenção na modalidade.
“A ausência dos principais nomes do hóquei não abona nada em favor da modalidade, mas a verdade é que está [na Liga Europeia] quem quis estar e, dentro de uns anos, ninguém se vai lembrar se estava A, B ou C. Quem se sagrar campeão será campeão por mérito próprio”, defende Edo Bosch.
Para Edo Bosch “existe um problema no hóquei em patins neste momento e, tanto a nível federativo como de clubes, é necessário deixar de olhar para o umbigo e fazer o melhor pela modalidade”.
“Sinceramente, todos os que andam no hóquei lamentam quando há divergências e as coisas não terminam da melhor forma. Mas temos que viver o momento, que é nosso”, disse Nuno Lopes, desvalorizando a ausência das principais equipas.
Para Nuno Lopes, o clube “passa ao lado da polémica”, embora seja um assunto que mereça de todos a “máxima atenção”, e aponta que “não é fácil para o Sporting de Tomar voltar a este patamar”, pelo que tem que “viver este momento único”.