O Governo pretende lançar em setembro um novo concurso público para analisar projetos de conversão da Central do Pego, em Abrantes, que será desativada em novembro, disse esta tarde no Parlamento o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, confirmando a informação avançada ao mediotejo.net na segunda-feira passada.
O ministro falou do tema em resposta a uma pergunta do deputado João Moura, do PSD, eleito pelo círculo de Santarém, que mostrou preocupação com o futuro daquela infraestrutura, tão importante para a região e para o país.
O secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, explicou, também hoje, aos deputados da Comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território, que o Governo quer fazer o concurso em setembro justamente para resolver a situação antes da cessação do Contrato de Aquisição de Energia da Central do Pego, em 30 de novembro.
“Quando percebemos que o não entendimento [entre os dois acionistas] era uma possibilidade, quando uma das partes até deu entrada em tribunal para a dissolução da sociedade, o Governo decidiu avançar com um concurso”, explicou João Galamba.
O secretário de Estado precisou que o concurso permite que outros projetos se candidatem, uma vez que não está limitado aos acionistas.
“Não será um concurso como os leilões que fizemos, o objetivo aqui não é ter um preço mais barato, é ter o melhor projeto”, realçou João Galamba, acrescentando que ganhará a proposta “que assegure os interesses da região” e dos trabalhadores, e que esteja alinhado com os objetivos da descarbonização.
“Parece-nos esta a solução mais transparente, mais objetiva e que melhor defende os interesses da região. Alguns autarcas discordam”, reconheceu, “mas esses autarcas também terão uma palavra a dizer”, acrescentou.
A central do Pego – a única central a carvão ainda em atividade em Portugal – é detida pela TrustEnergy, um consórcio constituído pelos franceses da Engie e os japoneses da Marubeni, que detém 56% da central do Pego, e pela Endesa (com 44%).
Os acionistas principais entraram no final do ano passado em desacordo em relação ao futuro da estrutura, após a suspensão da atividade, em 30 de novembro de 2021.
NOTÍCIAS RELACIONADAS
Abrantes | Ministério do Ambiente confirma novo concurso público para exploração energética na Central do Pego
Central do Pego | Autarcas do Médio Tejo dizem que “é inadmissível a falta de respeito demonstrada pelo governo com a nossa região”