O ministro da Educação, João Costa, na chegada ao Centro Cultural Alfredo Keil, em Ferreira do Zêzere. Créditos: CMFZ

Durante a cerimónia de abertura do ano letivo, que decorreu no Centro Cultural Alfredo Keil, o governante dirigiu-se a alunos e docentes, desejando um ano repleto de “realizações e que o trabalho compense, porque como diz o vosso hino, que seja um ano em que cada aluno possa ser ele próprio”.

“Estamos a viver uma revolução muito grande na nossa relação com o conhecimento”, afirmou o ministro da Educação. “Hoje puxamos pelo telemóvel, perguntamos e logo temos respostas. Mas nem sempre temos conhecimento, às vezes temos apenas informação. Esta nunca esteve tão disponível, nunca tivemos uma avalanche tão grande de informação nas nossas vidas mas isso não significa sabedoria”, acrescentou.

João Costa sublinhou um tema atual, que tem marcado o domínio do ensino e que se prende com o desenvolvimento de políticas educativas adequadas e com a “função das escolas na relação com os alunos”.

“Eu costumo dizer que nós temos uma responsabilidade imensa, não apenas por toda a responsabilidade que a educação traz, mas pelo facto de o ir à escola ser uma das pouquíssimas coisas a que nós obrigamos os cidadãos. (…) Isso traz-nos uma responsabilidade imensa. Se nós obrigamos, então a experiência que proporcionamos tem de valer a pena o sentido da obrigação”, sublinhou o ministro.

João Costa afirmou ainda que é preciso ir “mais além” e que as escolas não são “só um depósito de conhecimentos”, numa era em que se assiste a uma proliferação de informações na rede, que nem sempre se traduzem em conhecimento.

A diretora do Agrupamento de Escolas de Ferreira do Zêzere, Lina Serra, durante a sessão, procedeu à apresentação dos elementos que compõem a equipa da direção e dos centros escolares, tendo elogiado o trabalho desenvolvido no ano letivo anterior e que espera que se mantenha no que agora se inicia.

“São todas pessoas com amor à camisola e só assim é que nós conseguimos fazer tudo o que fizemos o ano passado e que também temos em vista nos próximos anos (…). São estas as pessoas que dão a cara, mas por trás destas pessoas estão todos vós que estão aí sentados, porque cada um é necessário, fundamental e só assim é que o dia a dia se completa”, sublinhou a responsável pelo agrupamento ferreirense.

Ministro da Educação, João Costa, durante a sua intervenção em Ferreira do Zêzere. Foto: CMFZ

Durante a sua intervenção, João Costa lembrou um tema “inquietante a nível global” e que se prende com a inclusão nas escolas. “Uma inclusão que não significa simplesmente trazer para dentro da escola. Isso na maior parte dos países civilizados já é feito, que é abrir as portas da escola, mas é necessário olhar para a especificidade de cada aluno”, explicou.

“Há países onde o acesso à educação ainda é vedado às raparigas, a diferença entre os rapazes que estudam e as raparigas que estudam a nível global é imenso. Nós sabemos que, durante a pandemia, a quase totalidade dos alunos do mundo foi afetada com as escolas fechadas. Portanto, houve cerca de 160 milhões de crianças por todo o mundo que não tiveram escola e estima-se que destas, 7 milhões nunca voltem à escola”, notou.

Foto: CMFZ

Também o autarca ferreirense marcou presença nos trabalhos e dirigindo-se aos presentes, teceu votos para que o próximo ano letivo se “paute pelos maiores sucessos e realizações”.

“A educação facilita a aprendizagem, conhecimento, aptidões, valores e hábitos de vida. Para que seja efetiva e bem sucedida, a comunidade no seu todo, os professores na sua individualidade e os alunos com as suas particularidades ocupam pratos equilibrados de uma mesma balança, mediada por estratégias e ferramentas pedagógicas em construção, que se ajustam e adaptam de forma camaleónica à realidade de cada um de nós e às exigências de cada momento”, vincou Bruno Gomes.

Considerando que a educação é um “pilar fundamental” e “essencial ao desenvolvimento da comunidade”, o edil afirma que às autarquias cabe colocar a educação e as escolas “no centro das suas políticas”, garantindo que “a todo o momento” estão criadas as melhores condições para que o processo educativo “aconteça de forma natural e construtivo”.

O autarca dirigiu-se ainda à diretora do agrupamento e agradeceu o trabalho e os esforços enveredados pela educação no município de Ferreira do Zêzere. “Continue o caminho desafiante que está a criar e conte comigo e com o município para ultrapassarmos os muitos desafios que nos são colocados todos os dias”, garantiu.

Na ocasião, Bruno Gomes lembrou um dos projetos do seu executivo e que mereceu aprovação e parecer positivo “de todas as entidades competentes”. Trata-se da construção de um novo edifício para a escola Pedro Ferreiro, edifício que tem mais de 40 anos.

Após a obtenção de parecer positivo, a autarquia procedeu à submissão de uma candidatura para o financiamento dos mais de 12 ME de investimento, afirmou Bruno Gomes.

Dirigindo-se ao ministro, o autarca sublinhou que não “podemos continuar a assistir à prorrogação dos prazos do aviso da candidatura. De julho para agosto, de agosto para outubro. Nós cumprimos e merecemos ver desenvolver-se o processo que permitirá iniciar a empreitada e dar corpo a este sonho”.

Foto: CMFZ

Trata-se do “sonho” de ter uma infraestrutura “de qualidade” e que venha “substituir um edifício com mais de 40 anos. Pedimos que possa interceder para que este processo avance como todos desejamos”, referiu Bruno Gomes.

“Senhor ministro, pedimos que seja forçado junto de quem de direito, que Ferreira do Zêzere não precisa apenas de um novo edifício, precisa de rechear com mobiliário e equipamento que permita desenvolver o trabalho de excelência que todos desejamos. Se não forem tomadas medidas justas, teremos um edifício novo com material velho, equipamentos obsoletos, que não nos permitirão trabalhar como desejamos”, concluiu o responsável autárquico.

Atualmente a frequentar o Mestrado em Jornalismo na Universidade da Beira Interior. Apaixonada pelas letras e pela escrita, cedo descobri no Jornalismo a minha grande paixão.

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