Inaugurado a 25 de Abril deste ano, o requalificado Mercado do Peixe, em Torres Novas, tem tido uma forte aderência da população, que vê com satisfação a reconversão do espaço em edifício multiusos. Durante o fim de semana da Feira dos Frutos Secos, cerca de 60 pessoas passaram, por dia, pela exposição de arte contemporânea, patente até dezembro. Um momento de nostalgia para quem entra, naquele que é ainda um espaço querido na memória coletiva torrejana.

“É um edifício com um carisma muito grande na cidade”, comentou ao mediotejo.net Susana Gaspar, do serviço educativo do Museu Municipal Carlos Reis. “Tem corrido bastante bem” esta nova revitalização, confessou.

O edifício característico de 1885, em tons verdes e envidraçado ao estilo moderno,teve uma atividade muito intensa no início do século XX, enquanto ponto de venda do peixe na cidade de Torres Novas. No final da sua vida enquanto mercado já dispunha também de bancas de legumes. Seria encerrado nos anos 90, aquando da inauguração do novo mercado municipal. “Quase todas as pessoas da cidade têm alguém na família que vendia aqui”, refere Susana Gaspar.

O espaço ainda acolheu residualmente alguns eventos, mas permaneceu fechado cerca de vinte anos, sem que se soubesse muito bem o que fazer com ele. Enquanto isso, a deterioração tornou-se visível a quem por ali passava, no centro histórico de Torres Novas.

Em 2014 avançaram finalmente as obras, num projeto apoiado em 90.500 euros pelo PRODER, num investimento total de 188.543 euros. O resultado foi dado a conhecer ao público em Abril, um espaço amplo e remodelado, capacitado para receber diferentes eventos de cariz associativo e cultural.

“O Museu tem um grande espólio, mas não de arte contemporânea”, referiu a respeito da exposição do artista torrejano Luís Rodrigues, que ali se encontra até 6 de Dezembro. “Gostávamos de trazer mais artistas contemporâneos, porque esta arte tem muito a ver com o nosso tempo”, confessou.

Enquanto o espaço está ao dispor do Museu, o serviço educativo tem procurado fazer um forte trabalho de cativação do público. “Temos uma exposição muito emotiva”, referiu, adiantando que até novembro passaram mais de um milhar de crianças pelo espaço. “Contamos trazer mais”, até porque os jovens acabam por trazer os pais ou cativam o público de Torres Novas a entrar em conjunto com os grupos escolares. “Tem sido extraordinário!”

Ainda não há estatísticas oficiais, mas Susana Gaspar estima que, consoante os dias, chegaram a visitar a exposição (inaugurada a 3 de outubro) cerca de uma centena de pessoas. O fim de semana da Feira dos Frutos Secos foi o mais forte, com uma forte afluência noite dentro.

A Câmara de Torres Novas tem vários projetos para o espaço. O mais imediato, segundo foi adiantado ao mediotejo.net, é uma Feira de Natal a realizar em dezembro.

Cláudia Gameiro, 32 anos, há nove a tentar entender o mundo com o olhar de jornalista. Navegando entre dois distritos, sempre com Fátima no horizonte, à descoberta de novos lugares. Não lhe peçam que fale, desenrasca-se melhor na escrita

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